Cientistas estudam fóssil de dicinodonte no Vale do Rio Pardo

Cientistas estudam fóssil de dicinodonte no Vale do Rio Pardo

Bloco contém diversos ossos de animal que viveu há 230 milhões de anos

Correio do Povo

Cientistas estudam fóssil de dicinodonte no Vale do Rio Pardo

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Paleontólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) começaram a estudar o maior bloco de fósseis já coletado em Candelária, no Vale do Rio Pardo. Com o apoio de voluntários do museu Aristides Carlos Rodrigues, os cientistas cortaram o gesso e removeram o poliuretano, ambos utilizados na preparação e imobilização do conjunto, removido em agosto no interior do município.

Os especialistas identificaram ossos robustos e longos, que podem ser do braço ou da perna do animal, além de costelas e vértebras de coluna. Pelas características, a paleontóloga Alessandra Boos diz acreditar que se trata de um dicinodonte da espécie Dinodontosaurus turpior. O animal viveu no período Triássico, há 230 milhões de anos. Alessandra, que se dedica a estudar esse grupo, destaca que no Brasil os dicinodontes são encontrados apenas no Rio Grande do Sul.

Os voluntários do museu darão continuidade ao trabalho no bloco sob a supervisão de paleontólogos da Ufrgs. O curador da entidade, Carlos Nunes Rodrigues, explica que estão sendo adquiridas canetas pneumáticas e compressor de ar, equipamentos que viabilizarão a limpeza dos fósseis. A atividade, segundo ele, é minuciosa e pode levar meses antes de o material ser exposto no museu.

O bloco, aberto no último domingo, pesa uma tonelada e foi removido com o auxílio de uma retroescavadeira e de um caminhão da Prefeitura de Candelária, na localidade de Rincão do Simeão, na Região do Pinheiro, no dia 1 de agosto. O trabalho no afloramento foi iniciado três anos antes por uma equipe da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e voluntários do museu Aristides Carlos Rodrigues, mas precisou ser interrompido devido à falta de recursos.

Quando atingiam a idade adulta, os dicinodontes pesavam em torno de 300 quilos e mediam cerca de 1,80 metro de comprimento. Tinham as patas traseiras eretas e as dianteiras mais arqueadas. Segundo a paleontóloga Alessandra Boos, os animais eram herbívoros e provavelmente se alimentavam de folhas com o auxílio de duas presas.

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