Cobrança quer reduzir permanência no meio-fio no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre

Cobrança quer reduzir permanência no meio-fio no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre

Neste mês, a partir do dia 25, começam a ser utilizadas cancelas nas vias de entrada e saída

Felipe Nabinger

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A permanência de carros no meio-fio das áreas de embarque e desembarque do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, por longos períodos, pode estar com os dias contados. Isso porque, parar nesses locais poderá pesar no bolso. Neste mês, a partir do dia 25, começam a ser utilizadas cancelas nas vias de entrada e saída.

Os motoristas receberão um ticket para acesso gratuito por dez minutos. Excedido esse tempo, serão cobrados R$ 20 a cada dez minutos a mais. O pagamento será feito em máquinas de autoatendimento na saída, sem a necessidade de descer do veículo.

Segundo a Fraport Brasil, que administra o aeroporto, o tempo de dez minutos foi calculado em projeto com base nos horários de pico. Ao todo, são 43 vagas no embarque, no segundo piso, e 39 para a área de desembarque, no térreo.

Conforme a COO da empresa, Sabine Trenk, a ideia não é reverter as cobranças em receita, mas oferecer qualidade de serviços aos usuários e passageiros, estabelecendo um tempo específico para o uso do meio-fio. “Melhorar os níveis de serviço é, inclusive, uma obrigação contratual com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, frisa.

O projeto já existe no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, e no Brasil, nos aeroportos de Florianópolis e Natal. O objetivo é oferecer um acesso mais fácil ao meio-fio para embarque e desembarque de pessoas, evitando estacionamento em locais proibidos.

A orientação aos motoristas que desejarem permanecer por mais tempo no aeroporto é buscar os estacionamentos, que serão acessados com o mesmo ticket. Bastará passar o ticket no leitor do estacionamento e, automaticamente, será feita a cobrança somente do tempo utilizado no local.

Natural de Natal, no Rio Grande do Norte, o empresário Josemar Lira, 58, aguardava há cinco minutos um colega de trabalho. Ele recorda da existência desse tipo de cancela em sua cidade natal. Atualmente morando no Rio de Janeiro e no Estado em viagem de trabalho, ele considera o valor excedente de R$ 20 “um absurdo”.

Alguns dos mais queixosos quanto a novidade, no entanto, são os motoristas de transporte por aplicativo. Eles já dispõem de uma área sinalizada para receberem os passageiros, mas salientam que muitas vezes há desencontro. “Estou esperando o passageiro e não o encontro. Com pagamento não vai dar certo, pois vou ter que cancelar a corrida e o cliente vai pagar uma taxa. É um ponto bom, mas com a nova regra vou ter que desistir”, afirma o motorista Valdir de Oliveira Mendonça, 47.

“É pouco tempo. Os passageiros não te acham e corre o risco de pagar R$ 20. Provavelmente vou deixar de fazer corrida aqui. Esse valor é maior que algumas corridas”, diz, na mesma linha, Diego Falcão, 38. Os motoristas por aplicativo entendem que esse tempo deveria ser ampliado. “Dez minutos na hora do pique é ruim. Tomara que não haja transtorno. O ideal seria no mínimo 15 minutos”, diz Fábio Machado Batista, 41.


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