Comércio de Porto Alegre busca maior flexibilização em protocolos sanitários de Covid-19

Comércio de Porto Alegre busca maior flexibilização em protocolos sanitários de Covid-19

Restaurantes apresentaram um movimento intenso de clientes na manhã desta sexta-feira

Cláudio Isaías

Uma pesquisa da Abrasel apontou que dois terços dos bares e restaurantes gaúchos tiveram prejuízo no mês de setembro

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Os restaurantes, os bares e o comércio de Porto Alegre seguem com a reivindicação de novas medidas para a prefeitura de Porto Alegre como forma de aprimorar o atendimento nos estabelecimentos. A Associação de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel no RS) considerou um avanço ampliação do horário de funcionamento dos restaurantes. No entanto, segundo a presidente da associação, Maria Fernanda Tartoni, é fundamental observar ainda outras demandas do setor como o aumento de quatro pessoas por mesa para seis para atender melhor as famílias.

"Temos uma demanda grande de grupos familiares com cinco pessoas e temos dificuldade de acomodar todos devido às determinações atuais. Mudanças como estas podem trazer mais agilidade ao serviço, melhorando o desempenho do setor", ressaltou. Ela elogiou o fato dos bares e restaurantes funcionarem até as 24h. Outra medida relevante para o setor de alimentação foi a mudança do horário de shopping centers com início às 12h até às 22h.

Com respeito às regras de distanciamento, os restaurantes de Porto Alegre apresentaram um movimento intenso de clientes na manhã desta sexta-feira, principalmente no horário do almoço, nos estabelecimentos localizados nos bairros Centro e Bom Fim. Dentro dos estabelecimentos não havia aglomeração e os funcionários com máscara na modalidade buffet livre realizava o atendimento do público. 

Uma pesquisa feita pela Abrasel no RS apontou que dois terços dos bares e restaurantes gaúchos tiveram prejuízo no mês de setembro. Segundo associação, 66% dos bares e restaurantes do Rio Grande do Sul fecharam no vermelho o mês de setembro. A média nacional dos empreendimentos com prejuízo é de 53%. “Começamos a retomada mais tarde em relação ao resto do país”, analisou Maria Fernanda.

Comparado com o mesmo período em 2019, o faturamento é menor para 68% das empresas, situação que é creditada à insegurança por conta de todos os reflexos da pandemia em relação ao setor. “Ainda existe um medo do consumidor e o rendimento acaba não sendo como era antes”, destacou a presidente da Abrasel no RS. “Estamos iniciando campanhas com o objetivo de conscientizar a população de que é seguro ir a bares e restaurantes. Trabalhamos com distanciamento adequado de mesas, disponibilizamos álcool em gel, higienização constante e é importante lembrar que o vírus não é transmitido através do alimento” acrescentou.

A pesquisa revela o impacto na busca por mão de obra: 63% dos empresários afirmam que não pretendem contratar no momento. “Não existe geração de empregos, será um longo caminho até estabilizarmos e podermos recontratar”, enfatizou Maria Fernanda. O levantamento aponta, também, que a perspectiva de melhora tem 40% dos empreendedores projetando um equilíbrio de caixa em seis meses e 28% estimando um ano de espera. O endividamento das empresas chama a atenção na pesquisa, com 85% dos proprietários realizando empréstimos para seguir trabalhando e entre eles, 34% calculando até um ano para trazer as dívidas a um patamar normal ou aceitável. É um futuro turbulento, mas que ao mesmo tempo aponta soluções ao fazer o setor buscar novas alternativas e com isso vencer grande desafios.

No comércio de rua e nos shoppings, os lojistas apostam nas promoções e queimas de estoque nas grandes redes. A presença de clientes no comércio das ruas dos Andradas e Doutor Flores e das avenidas Salgado Filho, Voluntários da Pátria, no Centro Histórico, e Azenha, se intensificou nas últimas semanas por conta dos decretos municipais que permitiram o acesso dos consumidores aos estabelecimentos desde que obedecidas as regras de segurança.

O ponto positivo é que o público e os comerciantes têm respeitado as regras de segurança estabelecidas pela prefeitura como o uso de máscara. No entanto, os lojistas fazem um alerta a prefeitura . “Hoje, com a redução dos horários de ônibus em diversas linhas na cidade, os comerciantes tiveram que tomar para si a responsabilidade de viabilizar o transporte dos funcionários de shoppings que trabalham até as 22h, já que muitas rotas estão operando até às 20h", destacou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL/POA), Irio Piva. Segundo ele, com as vendas ainda baixas e o custo de transportes por aplicativos, as contas não estão fechando.


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