Com baixa taxa de fecundidade, Brasil tende a ser tornar país de idosos

Com baixa taxa de fecundidade, Brasil tende a ser tornar país de idosos

Censo de 2010 do IBGE aponta média de 1,9 filho por mulher

Agência Brasil

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A taxa de fecundidade no País (número de filhos por mulher) está em 1,9 filho, número abaixo do índice de reposição da população – de 2,1 filhos por brasileira. Têm mais filhos mulheres do Norte e Nordeste, além de negras e pardas, pobres e menos instruídas. A informação consta no Censo 2010 divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

• Cresce número de famílias com mulheres no comando

O dado consolida a trajetória de queda da fecundidade, a partir da década de 1970, e influencia o perfil etário da população: o Brasil tende a ser tornar um país de idosos. O número de filhos por mulher chegou a 6,28 em 1960, antes de cair para 2,38, em 2000. Atualmente, com 193 milhões de pessoas, o Brasil ainda é um País jovem, cuja população cresceu 1,7% na última década.

O número de filhos na área rural influenciou a menor diminuição da taxa de fecundidade. Embora tenha havido queda de 3,4 filhos para 2,6, entre 2000 e 2010, é maior do que o verificado nas áreas urbanas (de 2,18 para 1,7). Por isso, a taxa final difere da divulgada recentemente pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), de 1,7 filho, que não ouve mães camponesas.

A queda no número de filhos por mulher se deu de forma diferente nas regiões do País. Foi influenciada por práticas contraceptivas, entre as quais a esterilização feminina, com forte impacto na redução de filhos no Norte e Nordeste, ressalta o IBGE. Mesmo assim, em 2010, o Norte é a única região com taxa de fecundidade acima da de reposição.

Outro fator que influenciou a queda foi a diminuição do número de filhos entre as mulheres mais jovens nas faixas de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos, que vivem em área urbana. Elas contribuem com maior peso no cálculo da taxa, assim como as mulheres negras e pardas, que têm, em média 2,1 filhos cada. Entre as brancas, que têm filhos entre 25 e 29 anos, o índice fica em 1,6.

A diminuição da fecundidade também está relacionada à renda e ao nível educacional. Entre as menos escolarizadas, o número de filhos chega a três, enquanto fica em um no caso das mais instruídas. Atualmente, 66% das mulheres em idade fértil no País possuem ensino fundamental completo.

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