Começa em agosto a instalação de bituqueiras em Porto Alegre

Porto Alegre está no topo do ranking, entre as capitais brasileiras, no número de fumantes. A questão não é só de saúde pública, mas também ambiental. Será que todas as bitucas geradas deste consumo tem sido destinadas corretamente? O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) estima que 5 milhões de pontas de cigarro são produzidas diariamente por 16,4% da população fumante. Pensando em uma solução para o recolhimento e a destinação deste tipo específico de lixo, nesta quinta-feira o DMLU assinou um convênio com a empresa Eco Prática para a realização de um projeto pioneiro.

O diretor-presidente da Eco Prática, Flávio Costa Leites, acredita que, em agosto, as lixeiras específicas para bitucas de cigarro começam a ser instaladas no Centro. Mas lembra que a viabilização do projeto depende ainda da busca de parceiros. “Queremos o apoio da indústria tabagista e de outros interessados. Em um ano, pretendemos ter 10 mil bituqueiras espalhadas na cidade”, diz.

Os coletores serão colocados ao lado das lixeiras laranjas do DMLU. Dali, os resíduos seguem para empresa de processamento. “Este lixo transformado servirá como matéria-prima para a geração de energia nas indústrias de cimento”, explica Leites. O diretor-geral do DMLU, André Carús, diz que o poder público apoia a ideia porque está constatado que as equipes de varrição recolhem um volume alto de bitucas jogado nas ruas, calçadas, praças. “Como a Eco Prática tem esta visão de reaproveitamento, decidimos apoiar, assim como já fazemos nos segmentos dos eletrônicos, óleo de cozinha, resíduos da construção civil”.

Carús acrescenta que não há dinheiro público envolvido no projeto. Destacou que o departamento vai contribuir com campanhas educativas para que os fumantes destinem corretamente o lixo. Informou ainda que, em setembro, o DMLU vai abrir licitação para compra de 5 mil novas lixeiras, com investimento de R$ 1,6 milhão. A última aquisição ocorreu em 2008.