Comunidade do bairro Ponta Grossa, em Porto Alegre, protesta novamente por asfalto

Comunidade do bairro Ponta Grossa, em Porto Alegre, protesta novamente por asfalto

Um mês depois de primeira manifestação, moradores alegam que "nada mudou" na região

Felipe Faleiro

publicidade

Moradores do bairro Ponta Grossa, zona Sul de Porto Alegre, realizam um novo protesto no final da tarde desta quarta-feira, um mês depois de outra manifestação na avenida Juca Batista, pedindo principalmente melhores condições de tráfego na área, que sofre com alagamentos, buracos nas ruas e esgoto a céu aberto. Mesmo depois deste primeiro ato, a sensação da comunidade segue de desalento, em que pese o prefeito Sebastião Melo ter dito que tinha o desejo de decretar situação de emergência na área.

“Têm ruas aqui que constam como asfaltadas no Plano Diretor da Prefeitura, mas quando vai ver, não tem asfalto. Tem muita coisa errada. Crianças que cresceram no bairro e hoje são adultas é que estão mais empenhadas, porque elas veem que ao longo de seus 35, 40 anos, nada mudou aqui. Esta é nossa revolta. Estamos pedindo ajuda mesmo, clamando por socorro na verdade”, afirma Marta Conceição da Rosa, motorista de transporte escolar e moradora do bairro.

Segundo ela, na rua Leonardo Freitas da Cunha, por exemplo, os moradores estavam há mais de um ano sem patrolamento, mas uma máquina foi ao local assim que a segunda manifestação foi divulgada. “Assim mesmo, o serviço não foi bem feito”, reclama Marta. “Tu vê os velhinhos sofrendo, caminhão na buraqueira, pessoas de bengala e mães com os carrinhos de bebê, levando para a creche, desviando de buracos e atolando na lama. Nossa situação é muito triste”.

A ideia desta nova manifestação é pressionar diretamente o prefeito para resolver a situação, visto que já houve reuniões com os secretários, mas não houve avanços. “Os engenheiros alegam que, para fazer o asfalto, é preciso fazer a microdrenagem, ou, pelo menos, a canalização. Acho que é um item básico para começar”, salienta. Consultada, a Procuradoria-Geral do Município (PGM), por meio da assessoria de imprensa, disse que “análise jurídica mostrou que [decretar situação de emergência no local] não era o caso”.

O secretário municipal de Serviços Urbanos, Marcos Felipi Garcia, diz reconhecer que há um problema de infraestrutura na região. Segundo ele, a Prefeitura aguarda a assinatura do financiamento da macrodrenagem da área da rua Túnel Verde, que será por volta de R$ 50 milhões. A dragagem da área por parte do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), de acordo com ele, inicia “nos próximos dias”. A partir desta assinatura, será encaminhada a licitação.

“Do outro lado, neste momento não será feito o decreto de emergência, conforme decidido pela Administração. Serão usados os atuais contratos do município para que sejam dadas melhores condições naquele local, que tem um grande acúmulo de água”, disse. Ainda segundo Garcia, foi criado um grupo de trabalho com Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária (Semhab), Dmae e Departamento Municipal de Habitação (Demhab), entre outros órgãos, que já teve três reuniões técnicas. “Assim que houver definições mais concretas, elas serão apresentadas para a comunidade. Independente do financiamento, todos estão debatendo o tema para apresentar à população uma alternativa a curto e médio prazo”, comenta.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895