Comunidade quer restauração do espaço histórico da Vila Nenê em Canoas
Prédio construído em 1928 é localizado entre a rua Felipe Noronha e a avenida Santos Ferreira
publicidade
Em meio à sujeira e vegetação alta, o prédio que carrega traços da arquitetura do início do século XX, caiu no esquecimento. Entre a Rua Felipe Noronha e a Avenida Santos Ferreira, a residência, com rachaduras, manchas de mofo e janelas quebradas, passa desapercebida e em estado de deterioração em razão da ação do tempo.
A comunidade ao redor lamenta. “Uma construção diferente, que remete à outra época, outra fase da nossa cidade. Realmente um local que conta uma história, a história de um povo. Lamentável”, disse a professora Ângela Maria da Graça Flores, 36 anos. Vizinhos da residência, além de observarem o descaso com o espaço histórico, ainda fazem críticas à falta de manutenção e ocupação, o que tem atraído situações constrangedoras. “Às vezes tem pessoas que pulam para pernoitar. É perigoso”, disse a dona de casa de 51 anos.
De acordo com a Prefeitura de Canoas, o espaço da Villa Nenê ainda não está oficialmente sob a responsabilidade da Secretaria Municipal da Cultura de Canoas (SMC). Em breve, esse processo deverá ser oficializado. Mesmo assim, a Secretaria já está avaliando a situação da área e, assim que o local estiver no escopo da pasta, irá estudar a possibilidade de restauração para engrandecê-lo como aparelho cultural de Canoas. No entanto, ainda não há uma estimativa de valores e de data para a restauração.
A Administração ainda esclarece que trata-se de um espaço bem localizado e com potencial para receber diversas atividades culturais. É do interesse da atual gestão preservar todas as construções históricas para que a cultura do município seja preservada e resgatada.
História
A residência foi erguida por Antônio Cândido da Silveira e o local recebeu esse nome em homenagem a sua segunda, Gomercinda Ignácio Silveira, conhecida por Nenê. Tombada em meados de 2009, o laudo técnico constatou que o prédio possuía problemas, devido a falta de manutenção e conservação.
Em 2013, o local passou por um sistema de envelopamento (cobertura com estrutura metálica), concluído em março daquele mesmo ano. Depois disso, nada mais fora feito.