Concentração de CO2 se aproxima de limite arriscado definido pela ONU
Delegações de 190 países voltarão a negociar para manter gases sob controle
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Christiana discursou para delegações de mais de 190 países reunidas para preparar a rodada anual de negociações sobre a luta contra as mudanças climáticas, que terá lugar no final do ano em Varsóvia (Polônia), de acordo com um comunicado da ONU. Esta é a primeira reunião das delegações desde a conferência em Doha, no final de 2012.
A comunidade internacional fixou como meta chegar a um acordo até 2015 que faça com que todos os países, incluindo os dois maiores poluidores, China e Estados Unidos, reduzam suas emissões de gases do efeito estufa (GEE). O acordo deveria entrar em vigor em 2020. O objetivo é conter o aumento de 2°C acima dos níveis pré-industriais, o limite além do qual os cientistas acreditam que o sistema climático entrará em colapso.
Para se manter em uma temperatura entre 2°C e 2,4°C, os picos CO2 devem ficar entre 350 e 400 ppm, de acordo com o último relatório do grupo dos peritos da ONU sobre o clima, o IPCC. Segundo o Scripps Institution of Oceanography, que trabalha com o Observatório de Mauna Loa, a concentração de CO2 poderá exceder 400 ppm em maio pela primeira vez na história humana.
Nos primeiros dados registrados, em março de 1958, situava-se em 316 ppm. Antes da era industrial e da utilização de combustíveis fósseis, a concentração de CO2 era estimada em 280 ppm. O nível de CO2, o principal gás do efeito estufa, provavelmente era de 400 ppm durante o período geológico do Plioceno, entre 3,2 milhões e 5 milhões de anos atrás, quando a Terra marcava de 2 a 3 graus a mais, indica o Scripps. Nesta época, vulcanismo e reações químicas seriam responsáveis pela maior concentração.