Condição meteorológica causou blecaute, conclui ONS

Condição meteorológica causou blecaute, conclui ONS

Documento foi apresentado esta tarde em audiência pública na Câmara

AE

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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) manteve em seu relatório final sobre o blecaute do dia 10 de novembro que condições meteorológicas desfavoráveis causaram o desligamento das linhas que transportam a energia de Itaipu para o Sudeste. No documento, apresentado esta tarde pelo diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, em audiência pública na Câmara, concluiu-se que duas hipóteses podem estar por trás dos três curtos circuitos simultâneos que causaram o acidente: descargas atmosféricas ou raios e mal funcionamento dos isoladores devido ao excesso de água.

Esses isoladores são responsáveis por anular oscilações na tensão e podem ter falhado pelo excesso de água das chuvas. Demonstrando certa irritação, principalmente pela cobertura que a imprensa deu para o blecaute, Chipp disse, durante a audiência, que a imprensa quer uma única causa, mas não há. "Se tivesse três, trabalharíamos com três. Trabalhamos com todas as hipóteses para não sermos surpreendidos. Mudem o seu conceito de querer uma causa de qualquer jeito", disse Chipp, referindo-se novamente à imprensa.

Chipp chegou a ter um atrito, durante a audiência, com o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP). O deputado queixou-se principalmente do governo pela demora em explicar as razões do blecaute, o que foi respondido imediatamente por Chipp. Os dois então passaram a falar ao mesmo tempo ao microfone. "Até aqui o governo foi muito devagar em suas explicações. Não se considerem agredidos por nós. Queremos só explicações para a sociedade", disse Macris depois que os ânimos já estavam mais calmos.

Também presente à audiência, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, minimizou os efeitos nacionais do blecaute e disse que no norte do País, por exemplo, apenas 5% do fornecimento foi interrompido, e por 30 minutos. No sul, disse Lobão, foi apenas 1% da carga e durante nove minutos; e no nordeste, 9% do mercado, por 20 minutos. O efeito maior, admitiu o ministro, se deu no sudeste, onde 65% do mercado foi apagado por mais de três horas, e no centro-oeste, onde houve desligamento de 23% dos locais durante uma hora.

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