Confusão entre ciclista e motorista marca protesto do Massa Crítica

Confusão entre ciclista e motorista marca protesto do Massa Crítica

Pedalada mensal lembrava aniversário de quatro anos do atropelamento coletivo na Cidade Baixa

Cíntia Marchi

Pedalada lembrava quatro anos do atropelamento na Cidade Baixa

publicidade

Reunida para pedalar e lembrar os quatro anos do atropelamento de ciclistas na Cidade Baixa, uma manifestação registrou na noite desta sexta-feira mais um conflito entre ciclistas e condutores de carros – neste caso um motorista de táxi. O fato ocorreu na esquina entre as ruas Lima e Silva e Fernando Machado, no Centro de Porto Alegre. O ciclista, que preferiu não se identificar, disse que era responsável por parar o trânsito para a passagem das bicicletas. Segundo ele, o taxista não respeitou a barreira e tentou avançar. Neste momento, teria lhe derrubado. “Aí, eu pulei no capô do carro e o pessoal cercou ele”, contou.

Já o taxista, que também não quis se identificar, afirmou que foi o ciclista quem se jogou sobre o veículo para não deixá-lo passar. “Vieram para cima de mim. Quebraram o meu retrovisor e o parabrisa, furaram um pneu com faca. Tive que sair correndo”, relatou. A ocorrência foi atendida pelo 9º Batalhão de Polícia Militar, que tomou o depoimento dos envolvidos.

Cerca de 500 ciclistas participaram do evento pelas ruas cidade, pedindo o julgamento de Ricardo Neis que responde por 11 tentativas de homicídio simples e cinco lesões corporais. O grupo se concentrou no Largo Zumbi dos Palmares e, em frente à Prefeitura, fez um ato para pedir o cumprimento do Plano Cicloviário. “A cidade hoje é moldada para o individualismo. Quem tem carro é que tem poder. E o Estado olha para os carros de forma prioritária e faz a gente não se sentir seguro”, avaliou Daniel Silva, que pedala há mais de 15 anos.

O ciclista Renato Soprana Pecoits, que usa bicicleta há quase 50 anos e testemunhou o atropelamento em massa em 2011, criticou a ausência da população nos protestos: “A sociedade está muito apagada e ausente das manifestações decentes que pedem melhorias para o Brasil”.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895