Conselho Municipal de Saúde relata superlotação em plantão de saúde mental no Postão da Cruzeiro

Conselho Municipal de Saúde relata superlotação em plantão de saúde mental no Postão da Cruzeiro

Capacidade média é de 14 atendimentos por dia mas, nesta semana, o número de pacientes chegou a 28, em Porto Alegre

Christian Bueller

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Nas últimas semanas, o Plantão de Emergência em Saúde Mental (Pesm) do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (Pacs), no bairro Santa Tereza, em Porto Alegre, tem passado por uma lotação que representa o dobro de seu limite. Segundo o funcionário do Postão e integrante do Conselho Municipal de Saúde da Capital, Alberto Terres, a capacidade média é de 14 atendimentos por dia, mas, nesta semana, o número de pacientes chegou a 28.

Fotos suas, registradas na quinta-feira, dia 7, mostram adolescentes dormindo sobre a escrivaninha de um dos consultórios ou no chão. “Neste dia, eram oito menores de idade, que não podem ficar desacompanhados. Então, já podemos contar neste total mais os pais ou responsáveis por eles dentro do Pesm”, relatou Terres, que também integra o Conselho de Trabalhadores do PACS.

O servidor ressalta, ainda, o número baixo de profissionais para atender tal demanda. “São apenas um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem para quase 30 pessoas. Não há saúde mental que resista”, acrescenta. Terres afirma que um ofício foi entregue em 23 de setembro, solicitando uma reunião do CMS e do Conselho Distrital da região com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para tratar sobre as condições do Postão da Cruzeiro.

Componente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal, a vereadora Laura Sito (PT), esteve no local nesta sexta-feira e descreve o cenário que presenciou como “terrível”. “É uma situação muito difícil. Tinham nove pacientes na fila de espera. As pessoas não podem tomar banho porque não há toalhas, as pessoas têm que levar cobertores de casa”, relata a parlamentar.

Laura exemplifica as más condições do plantão com uma situação que julga delicada. “Quando estava saindo do posto, haviam três agentes penitenciários custodiando uma apenada. Estavam com fuzis próximos de uma criança que assistiu aquilo, imagina”, contou.

Por nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que trabalha junto à Central de Leitos e aos hospitais da Capital para conseguir viabilizar a abertura de leitos e o encaminhamento dos pacientes do Pronto Atendimento de Saúde Mental Cruzeiro do Sul o mais rápido possível. Também são encaminhados pacientes ao CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) para evitar internações”.

A nota cita, ainda, que “foi criado um grupo de trabalho com profissionais da SMS para discutir ações e melhorar as condições”. 


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