Construção civil emprega 7% dos trabalhadores da região Metropolitana de Porto Alegre

Construção civil emprega 7% dos trabalhadores da região Metropolitana de Porto Alegre

Setor é um dos responsáveis pelo aumento na taxa de ocupação, aponta Dieese

Karina Reif / Correio do Povo

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Em 2011, o seguimento da construção civil concentrou 1,4 milhão de trabalhadores nas sete regiões do Brasil. Os dados foram apurados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta quinta-feira em Porto Alegre. Na proporção de pessoas ocupadas na região Metropolitana de Porto Alegre, 7% foram absorvidas pelo setor. Já em Salvador, o índice foi de 9,2%, o mais alto entre as capitais.

Homem, chefe de família, com idade avançada e com baixa escolaridade é o perfil do trabalhador da construção civil na em Porto Alegre, conforme o Dieese. Segundo a coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego, Ana Paula Sperotto, a 7ª edição do Boletim Trabalho e Construção é um recorte do trabalho de pesquisa realizado mensalmente em sete capitais. “O setor da construção é muito dinâmico e é um dos responsáveis pelo aumento da taxa de emprego”, esclareceu.

A participação feminina nesse universo ainda é pequena em todas as cidades pesquisadas. No Distrito Federal, por exemplo 91,9% dos ocupados do setor eram homens em 2011. Outro fator é a idade dos trabalhadores na área. A
proporção de trabalhadores com idade entre 40 e 59 anos é de 40%, taxa superior a outros seguimentos da economia. Segundo o Dieese, dois terços dos empregados na construção são chefes de família, o que está associado ao perfil etário.

Sobre o grau de instrução, o boletim mostra que a construção oferece uma alternativa para quem tem baixo nível de escolaridade tanto em Porto Alegre, como nas outras capitais. No ano passado, o setor foi o maior em concentração de empregados com ensino fundamental incompleto. Do total de ocupados na capital do Rio Grande do Sul, 21,8% estavam nessa categoria. Já na construção civil, eles representavam 53,7% dos trabalhadores. Fortaleza foi a cidade com o maior índice no seguimento – 62,2% dos empregados na construção com instrução até o ensino fundamental. Entre os aspectos que caracterizam a força de trabalho está a raça.

A pesquisa apurou que o setor concentra grande número de pretos e pardos. Independente da distribuição desigual da população negra no Brasil, a presença dela supera a encontrada em qualquer outros setores. Ana Paula explicou que, mesmo em Porto Alegre, onde os afro-brasileiros não são a maioria, eles representam 17% da força de trabalho na construção. Na área da Indústria e Transformação, por exemplo, a taxa é de 8,6%.

A rotatividade tem impacto negativo no mercado e esse fenômeno ocorre com grande frequência na construção, conforme Ana Paula. O tempo médio de permanência é de 20 meses em Porto Alegre. Os profissionais das outras
áreas ficam em torno de 36 meses nos trabalhos, na Capital. Em todas as regiões, o predomínio é da ocupação de pedreiro. Na capital gaúcha, eles correspondem 35,3% do contingente de trabalhadores da construção.

O diretor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (Sticc), Gerci Perroni, disse que o estudo é importante para conhecer a categoria e descobrir de que forma os profissionais podem contribuir mais e melhor para o segmento. “Queremos fortalecer essa área”, explicou.

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