Coordenador de associação diz que Bombeiros vivem situação precária

Coordenador de associação diz que Bombeiros vivem situação precária

Ubirajara Ramos criticou falta de efetivo e viaturas para a Corporação

Cláudio Isaías / Correio do Povo

Coordenador de associação diz que Bombeiros vivem situação precária

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Um adia após o incêndio que atingiu o Mercado Público, o coordenador-geral da Associação dos Bombeiros do Rio Grande do Sul, Ubirajara Ramos, disse que o Corpo de Bombeiros do Estado está em uma situação precária. “Faltam equipamentos, viaturas e pessoal. Não é possível que uma cidade como Porto Alegre com mais de um milhão de habitantes tenha apenas uma autoescada mecânica (conhecida com Magirus). Não há condições de atender a ocorrência de dois incêndios em edifícios altos. Existe há anos um descaso do governo estadual com a instituição”, desabafou neste domingo. 

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Para Ramos, o descaso das autoridades pôde ser comprovado durante o incêndio na boate Kiss em Santa Maria e agora na ocorrência do Mercado Público. “O sucateamento é tanto que tivemos que pedir ajuda para os colegas de São Leopoldo, Canoas, Novo Hamburgo e Eldorado do Sul. Os caminhões que atuaram no incêndio são da década de 1990. No interior, a situação é mais grave com carros da década de 1950”, explicou. Além disso, Ramos recorda que foi criado há um ano um grupo de trabalho para discutir a independência do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar. “Até agora, o governo do Estado não respondeu a reivindicação da categoria” lamentou.

No entanto, para o representante da associação, o mais grave é que a estação Mauá que ficava próxima do Mercado Público e da agência do INSS tenha sido desativada há dois anos. “Alegaram falta de efetivo e de viaturas para o fechamento do quartel. O primeiro carro chegou ao Mercado Público quatro minutos depois de ser acionado. Se a estação Mauá estivesse em funcionamento a história poderia ter sido diferente”, destacou.

Falta de bombeiros


De acordo com Ramos, a corporação além da falta de viaturas e de caminhões de combate à incêndio sofre com a falta de pessoal. Hoje, o Rio Grande do Sul possui três mil bombeiros na ativa. Desse total, 250 atuam em 10 quartéis de Porto Alegre. “A National Fire Protection Association (NFPA), avaliou, como número médio aceitável para cidades com mais de 1 milhão de habitantes, a proporção de um bombeiro na linha de frente para cada grupo de mil pessoas. Com base nesses dados, Porto Alegre deveria ter 1,5 mil bombeiros atuando no combate a incêndios”, esclareceu. No Estado, deveriam estar trabalhando, conforme Ramos, 11 mil bombeiros.

Segundo ele, a cidade também não possui uma equipe especializada, no Corpo de Bombeiros, em atendimento de acidentes com produtos químicos e Porto Alegre, por ser uma cidade portuária, também não possui embarcações de combate a incêndio e salvamento no caso de uma ocorrência no Lago Guaíba com embarcações ou até com o próprio Catamarã.


Vídeos do incêndio:











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