Covid-19 representa cerca de 41% dos casos de SRAG, diz Fiocruz

Covid-19 representa cerca de 41% dos casos de SRAG, diz Fiocruz

No RS, aumento de casos da Síndrome está associado também à Influenza

Correio do Povo

Alguns estados enfrentam surtos e um sistema hospitalar sobrecarregado

publicidade

Novo boletim da Friocruz, divulgado nesta sexta-feira, informa que a Covid-19 representa 41,8% dos casos envolvendo Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A análise é referente à Semana Epidemiológica 19, no período de 8 a 14 de maio.

Os registros associados ao metapneumovírus também apresentam crescimento, principalmente na população infantil de 0 a 4 anos. O boletim destaca ainda que 35% do total de casos de SRAG (36,5%) são de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que atinge fundamentalmente crianças pequenas. 

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre as notificações com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,2% para Influenza A; 0,4% para Influenza B; 36,5% para VSR; e 41,8% para Sars-CoV-2. Em relação aos óbitos, a presença destes vírus entre os casos positivos foi de 4,6% para Influenza A; 0,7% para Influenza B; 6,6% para VSR; e 79,5% para Sars-CoV-2. 

Diante do novo cenário, que aponta aumento de casos de SRAG na população adulta, o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, recomenda atenção especial na rede laboratorial de todo o território nacional para que haja identificação adequada de qual ou quais vírus está(ão) associados a essa mudança de tendência recente, "em particular para diferenciação entre casos de SarsCoV-2 e Influenza". A curva nacional, como apontado na atualização da SE 17, mantém sinal de crescimento de SRAG nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas). A estimativa é que foram notificados 5,5 (4,8 – 6,4) mil casos na semana 19. 

Em nível nacional, os dados indicam crescimento no número de casos semanais de SRAG em todas as faixas etárias da população adulta. Nas crianças e adolescentes, observa-se manutenção do sinal de estabilização - em patamar elevado - nas faixas etárias  de 0 a 4 e 5 a 11 anos. No grupo de 0 a 4 anos, os casos seguem fundamentalmente associados ao VSR. "O aumento de casos de SRAG na população adulta fez com que os resultados positivos voltem a ser de Sars-CoV-2. No Rio Grande do Sul, é possível observar que o aumento de casos de SRAG também está associado ao aumento de casos de Influenza A, ainda que em valores relativamente baixos e inferiores àqueles associados ao Sars-CoV-2", observa Gomes. 

Sinal de crescimento a longo prazo

Segundo a atualização, 18 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco,  Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. No Distrito Federal, Goiás, Pará e Sergipe há sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo. No Rio Grande do Sul, observa-se presença de casos positivos para Influenza A em diversas faixas etárias nas semanas recentes. "Ainda que em volume relativamente baixo, apresenta indícios de possível crescimento", observa Gomes.

Entre as capitais, 21 das 27 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores em Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB) Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN) Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Em relação às macrorregiões de saúde, 25 encontram-se em nível pré-epidêmico, 20 em nível epidêmico, 64 em nível alto e nove em nível muito alto. Nenhuma macrorregião de saúde está em nível extremamente alto.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895