Cpers critica reajuste e elabora carta-compromisso a postulantes ao governo do RS

Cpers critica reajuste e elabora carta-compromisso a postulantes ao governo do RS

No documento, o sindicato cobra dos candidatos ao governo do Estado o compromisso de resgatar perdas salariais dos últimos sete anos

Felipe Samuel

publicidade

Insatisfeito com a reposição salarial de 6% oferecida pelo governo do RS, o Cpers Sindicato definiu em Assembleia Geral realizada nesta sexta-feira, na Capital, produzir uma carta-compromisso a ser entregue aos postulantes ao Palácio Piratini. No documento, o sindicato cobra dos candidatos ao governo do Estado o compromisso de resgatar perdas salariais dos últimos sete anos. Reunidos na praça Piratini, em frente ao colégio Júlio de Castilhos, professores e funcionários de escolas protestaram contra o governador Eduardo Leite e exigiram reposição salarial de 33,24%.

Na primeira assembleia presencial após dois anos, manifestantes exibiam cartazes com críticas aos governos estadual e federal. A presidente do Cpers, Helenir Schürer, afirma que a reposição salarial segue como principal pauta da categoria. "Está em discussão uma carta-compromisso para os candidatos a governador para resgatar perdas que tivemos. Esse é um movimento que a gente vai fazer em relação a todos os candidatos para termos um compromisso do próximo governador de resgatar perdas históricas que tivemos como categoria como um todo. Isso envolve mais de 50% de perdas ao longo dos 8 anos", frisa.

Representantes de núcleos de várias regiões do Estado, como Pelotas, Rio Grande, Porto Alegre, entre outros, ocuparam boa parte do local com sinos e bandeiras do sindicato. Ela explica que existem mais de 12 mil funcionários que ganham R$ 620,00. O governo ofereceu 6% e isso não vai influenciar em absolutamente nada, porque como eles ganham completivo para completar o salário mínimo regional, esses 6% só vai ser descontado desse completivo, mas no final do contracheque, nada vai mudar", sustenta.

Além de destacar a precariedade das escolas do Estado, Helenir garante que muitos funcionários estão passando dificuldades por conta do aumento do custo de vida. "Funcionários estão tendo que optar em Pelotas se usam ônibus para ir para a escola ou se comem, porque o valor do ônibus é caro, não tem mais recurso. Muitos começaram ir a pé para a escola para sobrar um dinheiro pra poder almoçar", relata.

Ao apresentar um balanço da #CaravanaDaVerdade, que esteve em 430 escolas, de 160 municípios, para verificar a situação das instituições, Helenir afirma que a maioria dos professores não recebeu aumento de 32% divulgado pelo governo do Estado. Para o Cpers, a divulgação do valor 'não passa de farsa' do Palácio Piratini. "Somente 14% ganharam mais de 30%, pois 86% da categoria não ganhou 32%. E uma boa parte, quase 32 mil ganharam 5,53%. O resto o governo tirou do nosso próprio contracheque. Isso é uma vergonha", ressalta.

Integrante do Núcleo 39 do Cpers, de Porto Alegre, Pedro Jacobs, afirma que a categoria sofreu 'ataques do governo Leite' e critica a adesão ao regime de recuperação fiscal. "Os serviços públicos do Estado estão sendo desmantelados, as estatais estão sendo vendidas. A política é de destruição dos serviços públicos", critica. Diretora do Núcleo 39, Neiva Lazzarotto ressalta o fim do plano de carreira. "O governo Leite acabou com o plano de carreira, com difícil acesso, condenando nossos companheiros e funcionários de escola a reajuste zero", observa.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895