Críticas ao valor e exigência de melhorias marcam primeiro dia da nova tarifa dos ônibus

Críticas ao valor e exigência de melhorias marcam primeiro dia da nova tarifa dos ônibus

Usuários do transporte coletivo passaram a pagar R$ 4,30

Cláudio Isaías

Usuários do transporte coletivo passaram a pagar R$ 4,30

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O reajuste da tarifa de ônibus de Porto Alegre que entrou em vigor nesta terça-feira foi criticado pela população. No terminal da Praça Parobé, no Centro da Capital, o valor de R$ 4,30 foi considerado injusto pelos usuários do transporte coletivo. A técnica em enfermagem Judite Rocha, moradora do bairro Partenon e que utiliza quatro ônibus para chegar até o serviço na zona Norte da cidade, disse que o preço cobrado não faz sentido. Ela fez críticas a qualidade do serviço, porque os ônibus estão sempre lotados e muitas vezes os passageiros não tem nenhum conforto, como por exemplo, um sistema de ar condicionado. Mesma reclamação foi feita pelo técnico em informática Paulo Carvalho, residente no bairro Cidade Baixa, para quem o aumento da tarifa não corresponde ao reajuste de salário dos trabalhadores. Ele espera que a passagem mais cara resulte em algum benefício para o passageiros.

"Espero que o serviço oferecido tenha mais qualidade com a colocação de veículos novos e ônibus com ar condicionado", destacou. Ele utiliza dois ônibus de segunda a sábado para se deslocar até o trabalho na avenida Farrapos. O estudante Miguel Medeiros, morador do bairro Praia de Belas, criticou o aumento da tarifa. "Espero que o valor cobrado sirva para qualificar o transporte público com oferecimento de um serviço de qualidade à população", acrescentou. O aluno do Ensino Médio utiliza dois ônibus para chegar até o seu trabalho na avenida Cristóvão Colombo.

Lotações

A novidade ficou por conta da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL) que contrariando a determinação da prefeitura de Porto Alegre decidiu manter o valor de R$ 6 nas tarifas das lotações, o que surpreendeu alguns usuários. O preço determinado pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) na reunião da sexta-feira passada era de que fossem cobrados R$ 6,05. No mesmo dia, a ATL protocolou um pedido na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para que o preço permaneça em R$ 6. A alegação da entidade é de que o preço de R$ 6,05 vai causar um transtorno de troco por causa dos R$ 0,05. A associação informou que hoje 429 veículos, distribuídos em 31 linhas, circulam diariamente em Porto Alegre.







Liminar

O vereador Cláudio Janta, do Solidariedade, entrou com ação popular no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) para exigir a isenção da segunda passagem para usuários de ônibus de Porto Alegre. A petição foi protocolada nessa segunda-feira e tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública.

“É direito da população, é determinação do edital e a prefeitura não pode decidir, de forma arbitrária, que apenas alguns terão esse direito e outros não”, defendeu o vereador.

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