Crea indica problemas de concepção e execução no Conduto Álvaro Chaves

Crea indica problemas de concepção e execução no Conduto Álvaro Chaves

Especialistas entregaram parecer técnico que mostra diversas alterações inadequadas na obra

Correio do Povo

Especialistas entregaram parecer técnico que mostra diversas alterações inadequadas na obra

publicidade

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) do Rio Grande do Sul entregou parecer técnico, nesta quinta-feira, que indica problemas na concepção, execução, fiscalização e gestão da obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves, em Porto Alegre. Conforme a entidade, as falhas concorreram para os problemas na estrutura que provocaram grave alagamento no dia 20 de fevereiro.

O parecer foi apresentado aos vereadores da Câmara Municipal. André Luiz Lopes da Silveira, diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs, que resumiu o parecer aos vereadores, disse que, além da falta de uma gestão técnica permanente, a obra foi sofrendo diversas alterações durante a execução, sem que fossem consideradas questões hidráulicas fundamentais. “Isso fez com que a responsabilidade fosse diluída entre várias pessoas”, salientou. “O projeto foi evoluindo, tendo sido criada uma estrutura hidráulica complexa, e não foram feitos estudos para avaliar todas as possibilidades da estrutura que foi sendo ampliada.”

Silveira destacou que o parecer aponta a existência de locais na rede de escoamento que podem formar bolsas de ar, que não tem por onde escapar. Também é citado que, na chegada ao Guaíba foram aproveitadas antigas galerias. “Do ponto de vista hidráulico não se compreende esta escolha”, criticou. “Deveriam ser feitas novas, com chegada reta ao Guaíba. Aproveitar galerias transversas não é adequado”, reforçou o especialista. Sobre a causa do desmoronamento com as fortes chuvas de fevereiro, ele relatou que elas foram realmente extremas: “mas o conduto foi dimensionado para uma chuva menor”.

Silveira enfatizou que a avaliação feita pelos técnicos nomeados pelo Crea não buscou culpados e sim estabelecer a verdade de um ponto de vista técnico. “Contudo, precisamos considerar que o DEP é um órgão nanico para as responsabilidades que tem”, frisou. “Toda a rede sob sua administração não é brincadeira.”

Tarso Boelter, diretor-geral do DEP, lembrou as medidas tomadas pela prefeitura, tão logo foi verificado o problema no Álvaro Chaves, entre elas a solicitação de parecer técnico ao Crea. Conforme Boelter, também foi chamado o Consórcio PMR, responsável pela obra, para proceder no conserto da estrutura. “A obra ainda está na garantia”, destacou. “Desde o início, minha principal tarefa é promover o conserto e inspecionar esta obra, além de dar total transparência para órgãos internos e externos de fiscalização e controle”, comentou Boelter.


Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895