Creche onde bebê morreu funcionava sem alvará em NH

Creche onde bebê morreu funcionava sem alvará em NH

Menino dormia em um colchonete em um dos cômodos do prédio

Marina Fauth / Rádio Guaíba

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A creche onde um bebê de cinco meses morreu, nessa quarta-feira, em Novo Hamburgo, funcionava sem alvará, segundo a conselheira tutelar do município, Gislaine Pires. Ela esteve na creche PQ Ninos, no bairro Petrópolis, ainda ontem, no momento em que foi registrada a morte do menino. Gislaine relatou que a criança dormia em um colchonete em um dos cômodos do prédio. Segundo ela, a creche trabalhava com capacidade excedida e estrutura precária no atendimento a crianças de três meses a cinco anos.

“São duas professoras para 28 crianças. A estrutura é pequena e não existe berçário. A proprietária informou que estava prestes a iniciar uma reforma", contou. Ainda de acordo com Gislaine, o menino estaria doente e a mãe teria obtido um atestado médico para cuidar do filho, mas teria ficado em casa e levado o bebê até a creche.

O conselho tutelar reúne documentos que devem ser encaminhados ao Ministério Público e à prefeitura de Novo Hamburgo para que sejam tomadas providências. Os pais pagavam R$ 200 para deixar o bebê no local e a proprietária cogita fechar a creche. A Polícia Civil aguarda o laudo sobre a causa da morte, sendo que as principais hipóteses são de fatalidade decorrente de uma asfixia por alimento ou negligência das cuidadoras responsáveis pelo bebê.

A proprietária da creche prestou depoimento ainda ontem e afirma que, quando o bebê se engasgou, chamou funcionárias e uma mãe para tentar reanimar o menino, que havia mamado cerca de duas horas antes. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi acionada, mas não conseguiu salvá-lo.

Outros casos

A morte do bebê ocorre sete dias depois de uma menina de sete meses morrer esquecida no carro do pai, também no município de Novo Hamburgo. Nesta quinta-feira, o delegado Nauro Marques, agora responsável pelos dois casos, deve seguir ouvindo os envolvidos na ocorrência.

No ano passado, um menino de 11 meses também morreu em uma creche do bairro Rio Branco, em Novo Hamburgo. O corpo foi exumado na última semana e o inquérito ainda não foi concluído. Na época, não foi feita a necropsia no corpo do bebê e a creche estaria funcionando normalmente.

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