Cremers abrirá sindicância sobre suposto erro de médico em Tramandaí

Cremers abrirá sindicância sobre suposto erro de médico em Tramandaí

Profissional contratado no Mais Médicos teria prescrito dosagem elevada de antibiótico

Correio do Povo

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O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) vai abrir sindicância para investigar um suposto erro de um médico estrangeiro em Tramandaí, no Litoral Norte. Conforme denúncia que circula nas redes sociais, o profissional – que chegou ao Litoral Norte depois de ter se inscrito no Programa Mais Médicos –  teria prescrito uma dose elevada de um medicamento para tratar de infecções respiratórias. 

Para poder iniciar a investigação, o Cremers solicitou junto ao Ministério da Saúde dados referentes ao médico, como endereço residencial e os nomes do tutor acadêmico e do supervisor. “Recebemos a denúncia de um problema em Tramandaí. Descobrimos que o profissional pertence ao programa Mais Médicos e e foi inscrito no dia 19 de setembro. Estamos aguardando por mais informações”, contou o presidente do Cremers, Fernando Weber Mattos.

Por se tratar de um caso envolvendo o Mais Médicos, o Cremers não pode realizar o julgamento do profissional. O Conselho vai enviar um relatório com o que foi apurado para o Ministério da Saúde. “Vamos investigar o caso até o fim e preparar o relatório. A medida provisória em que foi instaurado o programa diz que a análise final cabe ao Ministério da Saúde. Isso nos amarra um pouco. Cabe a nós apenas a fiscalização”, explicou Mattos, ressaltando que uma sindicância leva geralmente até 20 dias para ser concluída pelo Cremers.

Dosagem elevada traria complicações a paciente, diz presidente do Cremers

A prescrição indica como tratamento a dosagem de 500 mg de Azitromicina, que o paciente deveria tomar a cada oito horas. Segundo o presidente do Cremers, a dose é “muito exagerada” e poderia provocar complicações ao paciente. “A dosagem máxima deste medicamento é de um comprimido de 500mg por dia, num período de até três dias. Ele três vezes por dia e ultrapassado o tempo máximo de tratamento. São raros os casos que podem levar a morte neste caso. Isso depende da condição física do paciente”, detalhou.

Em nota, o Ministério da Saúde reconheceu que o profissional está inscrito no Mais Médicos e que, se uma “falta grave” foi cometida, o “exercício profissional suspenso mediante procedimento administrativo”. O programa enviou um médico para avaliar o ocorrido em Tramandaí. “Um médico supervisor vinculado ao programa foi encaminhado ao local para acompanhar a atuação do profissional”, acrescentou.

Simers notifica afastamento de médicos na cidade

Nesta terça, o Sindicato Médico do RS (Simers) notificou o Ministério da Saúde sobre o afastamento de “médicos que atuavam na unidade de saúde em Tramandaí para o ingresso de médico formado na Argentina”. Conforme o documento, a Prefeitura teria optado por “retirar os profissionais que há anos atendiam à comunidade, apesar de haver pelo menos dois outros postos na mesma região que não tinham médicos”.

O Simers também denuncia que “a troca, apontada como irregularidade na aplicação do programa (é vetada a retirada ou demissão de médicos para substituí-los por intercambistas), já provocou a redução da assistência. De 40 a 50 atendimentos diários de segunda a sexta, o intercambista oriundo da Argentina realiza de dez a 12 consultas. Além disso, em alguns turnos, como quinta de manhã, não há atendimento a fichas”.

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