CUT protesta contra veto à extinção do fator previdenciário

CUT protesta contra veto à extinção do fator previdenciário

Manifestação aconteceu em frente à sede do Ministério da Fazenda em Porto Alegre

Luciamem Winck/Correio do Povo

CUT protesta contra veto à extinção do fator previdenciário

publicidade

A CUT-RS e os metalúrgicos gaúchos retomaram nesta segunda-feira a vigília em frente ao edifício-sede do Ministério da Fazenda, em Porto Alegre. O objetivo é manifestar o descontentamento contra o possível veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à extinção do fator previdenciário e à concessão de reajuste de 7,72% aos aposentados e pensionistas com vencimentos acima de um salário mínimo. A intenção é incrementar a mobilização no Rio Grande do Sul.

Ainda ontem, o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, conclamou a adesão das demais centrais sindicais - Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) - em ato agendado para a próxima segunda-feira. “Espero que o presidente Lula não utilize argumentos dos neoliberais para vetar”, assinalou.

Woyciechowski disse que, havendo o veto, caravanas de trabalhadores invadirão Brasília para derrubá-lo. O secretário de Organização e Política Sindical, Claudir Nespolo, ressaltou que os metalúrgicos estão sendo protagonistas na luta de uma importante conquista para os trabalhadores brasileiros. “Estamos iniciando uma batalha para que não haja o veto ao fim do fator previdenciário. Com a mesma intensidade que pressionamos o Congresso, estamos pressionando o governo federal”, observou. De acordo com Nespolo, o fator previdenciário é uma lei embutida na época em que havia flexibilização dos direitos dos trabalhadores. “A manifestação é importante. Estamos determinados em ficar em vigília”, assegurou.

O presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Milton Viário, ressaltou que o fator prevê a redução do valor da aposentadoria de quem para de trabalhar mais cedo e se aposenta por tempo de contribuição. “O Brasil tem condições de se manter, mesmo que haja a extinção do fator previdenciário”, frisou. A equipe econômica recomendou ao presidente Lula que vete. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, argumentou que somente com o veto será possível manter a solidez orçamentária do governo, considerando os gastos públicos.

Já o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, assinalou que o compromisso do governo com as centrais sindicais foi de conceder um reajuste de 6,14% aos aposentados e pensionistas. Ele acredita que Lula optará por uma decisão que cumpra a responsabilidade fiscal. Nesta terça-feira, nova mobilização acontecerá em São Paulo, durante a assembleia geral da classe trabalhadora, no estádio do Pacaembu.

A meta é reunir 35 mil pessoas na Capital paulista. O presidente tem até esta terça-feira - data em que o texto perde a validade - para tomar uma decisão, A Federação dos Metalúrgicos também está empenhada em assegurar a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

A categoria reivindica que o presidente da Câmara, Michel Temer, inclua na pauta de votação a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 231/95) que prevê a redução, sem a alteração de salários, e o aumento da hora extra para 75%.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895