Decisão sobre caças não deve ficar para 2011, diz Jobim
Questão está para ser definida desde o ano passado, ainda na gestão de Lula
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No governo passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a "anunciar" a vitória do Consórcio Rafale, da França, mas deixou a decisão para a sucessora. Também disputam o negócio de US$ 10 bilhões a sueca Saab e a americana Boeing. "A questão não está decidida", disse Jobim, aparentando desconforto. "Está com a presidente. Vamos esperar um momento melhor em termos orçamentários".
A referência à necessidade de um "momento melhor" no Orçamento, porém, é uma forte indicação de que o negócio não será fechado este ano. Em março, o governo federal anunciou cortes orçamentários que, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, seriam definitivos - mesmo que a arrecadação aumentasse, os gastos cortados não seriam retomados, explicou. Desde então, a inflação se acelerou. Embora o fechamento do negócio dos aviões não signifique desembolso imediato - na verdade, demorará ainda pelo menos mais um ano de negociação de detalhes -, o anúncio da compra de caças dificultaria a manutenção, pela presidente, do discurso de austeridade e cortes.