Defensoria Pública deve permanecer seis meses em Brumadinho para dar apoio jurídico a atingidos

Defensoria Pública deve permanecer seis meses em Brumadinho para dar apoio jurídico a atingidos

Grupo deve ajudar população em ações de pagamento de reparações que deverão ser pagos pela Vale

Agência Brasil

Até a manhã desta terça-feira, 65 mortes foram confirmadas

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A Defensoria Pública da União (DPU) deslocou força-tarefa para Brumadinho (MG) e deverá permanecer na região por até seis meses para prestar auxílio jurídico a pessoas e famílias atingidas com a ruptura da barragem de rejeitos da companhia mineradora Vale. "Nós ficaremos de três a seis meses para receber as demandas das pessoas atingidas pelo desastre de Brumadinho de modo que essas pessoas possam contar, por parte do Estado e da DPU, com um serviço de assistência e apoio jurídico para tratar das reparações decorrentes do desastre", disse à Agência Brasil o defensor público-geral federal, Gabriel Faria Oliveira.

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Segundo ele, "a atividade econômica (da mineradora Vale) gerou um dano à população" e cabe processo e pagamento de reparações a pessoas afetadas como trabalhadores da empresa e famílias que viviam de agricultura de subsistência nas áreas por onde escorreu os rejeitos. A DPU planeja fazer ação conjunta com a Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais e a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.

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Extinção florestal


A ruptura de barragem de rejeitos da companhia mineradora Vale causou perda de 125 hectares de florestas e poderá atingir o ecossistema do Rio São Francisco. Um hectare equivale a área de um campo de futebol. O alerta é do WWF-Brasil. A análise foi feita pela ONG com a comparação de imagens atuais de satélite com as imagens Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas) de 2017. A área atingida é de formação florestal do bioma Mata Atlântica em transição para Cerrado.

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A ruptura provocou perda de habitat para diversas espécies e afetou a conectividade de blocos de florestas, por onde circulam os animais. Além da floresta, a lama de rejeitos despejada no leito do Rio Paraopeba afeta a vida dos peixes, a flora ciliar e o abastecimento de animais e pessoas. O WWF prevê que a maior parte de rejeitos acabe retida na represa da hidrelétrica de Retiro Baixo, mas há possibilidade de que sedimentos mais finos continuem sendo carreados pelo rio e até passem pela hidrelétrica de Três Marias e assim atinja o São Francisco.

O segundo Boletim de Monitoramento Especial do Rio Paraopeba, divulgado na segunda-feira pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), descartou que a lama possa chegar à hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco. Em nota à imprensa, o diretor executivo do WWF-Brasil, Mauricio Voivodic, afirmou que "o setor de mineração precisa pesquisar e investir em processos de menor impacto e risco, como nos processos secos, que não envolvem barragens de rejeitos e promovem uma mudança em todo o sistema de produção."




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