Defesa Civil do Rio Grande do Sul precisa de doações

Defesa Civil do Rio Grande do Sul precisa de doações

Roupas e calçados para crianças, foco da mobilização deste ano, são os itens mais necessitados

Henrique Massaro

Roupas e calçados para crianças, foco da mobilização deste ano, são os itens mais necessitados

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A Defesa Civil do Rio Grande do Sul, que, além de integrar a Campanha do Agasalho, tem demandas de prefeituras e entidades beneficentes de todo Estado durante todo o ano, precisa de doações. A entidade, porém, encontra dificuldades principalmente no abastecimento de roupas e calçados para crianças, que são o foco da mobilização em 2018 justamente pela dificuldade de se conseguir esse tipo de doação. Entre os itens recebidos, os voltados para o público infantil representam apenas cerca de 5% do total.

Outra deficiência é com relação aos alimentos e produtos de higiene pessoal e limpeza, que atualmente tem uma quantidade de aproximadamente 30% ao que se tinha nessa mesma época no ano passado. Para o chefe da divisão de Relações Comunitárias da Defesa Civil, tenente Antônio Marcelo da Silva, a crise financeira e problemas como a greve dos caminhoneiros podem ter retraído as doações de alimentos e demais produtos comprados em supermercados, como os de limpeza e higiene pessoal.

Apesar disso, a necessidade de abastecimento é frequente, já que, todos os dias, o estoque é praticamente esvaziado pelas demandas. Um total de 83 municípios e 64 entidades assistenciais já solicitaram auxílio. Por enquanto, 33 dessas cidades e 14 dessas instituições já foram atendidas, mas, devido à quantidade, a agenda acaba ficando cheia e depende diretamente do que é doado pela população.  



Com o tema “O seu guarda-roupa esconde verdadeiros tesouros”, a Campanha do Agasalho deste ano, iniciada no dia 4 de junho, tem por objetivo chamar a atenção de pais e das próprias crianças para a importância da doação de roupas e calçados para o público infantil. De acordo com Silva, esse tipo de doação é sempre mais complicada, já que, em muitas famílias, quando uma peça de roupa deixa de servir em um, o irmão mais novo acaba herdando-a até que ela deixe de ter uso.

Por esse motivo, os itens arrecadados para os pequenos ainda estão muito abaixo do esperado e são uma das grandes necessidades da Defesa Civil nesse momento. Estas e as demais doações de roupas, cobertas de cama e calçados são diariamente separadas pela equipe de triagem da entidade, composta por funcionários e também voluntários. Uma delas é a aposentada Maria Gisela da Rosa, de 76 anos, que já pratica o voluntariado há dez anos. Ela conta que já morou nas proximidades de comunidades vulneráveis do bairro Menino Deus, onde viu de perto a ajuda mútua de moradores, e, resolveu dedicar seu tempo para fazer o bem a quem precisa.

“Faço com carinho”, comenta e acrescenta que também tem convidado as amigas para fazer o mesmo. O trabalho feito por Maria Gisela e pela equipe é de separação. A recomendação da Defesa Civil é que todos os itens estejam em estado adequado para isso. Calçados, por exemplo, devem ser doados nos seus pares, de preferência amarrados pelos cadarços para que não se percam.

As doações que chegam sem condições são repassadas para uma entidade que trabalha com a reciclagem dos materiais no Morro da Cruz. Até aqui, os municípios e entidades atendidas pela central de Porto Alegre já receberam aproximadamente 150 mil peças de roupas, 1.100 cobertores e seis mil pares de calçados.

Durante todo o ano, a Defesa Civil pode e precisa receber mais doações, que podem ser feitas na central, localizada na avenida Borges de Medeiros, 1.501, nos quartéis da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros, além de toda a rede Zaffari. Além de roupas e calçados, são aceitos alimentos não perecíveis e produtos de limpeza e higiene pessoal, como fraldas geriátricas e infantis. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 51 3288-6781 e 3212-2675.


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