Depois de cinco dias da tragédia na região serrana, rotina ainda está longe do normal

Depois de cinco dias da tragédia na região serrana, rotina ainda está longe do normal

No sábado, moradores reclamaram de preços abusivos e donativos quase não chegaram

Correio do Povo

Depois de cinco dias da tragédia na região serrana, rotina ainda está longe do normal

publicidade

Após cinco dias da tragédia que arrasou a região serrana do Rio de Janeiro, a população ainda está longe de voltar à rotina. O sábado foi de mais chuva forte e o número de mortos confirmados chegou a 611. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meteorologia (Inmet ), a previsão para este domingo continua de tempo ruim.

Leia mais sobre a tragédia no Rio de Janeiro


Diante do panorama de terror e das poucas perspectivas, o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, não poupou críticas à Defesa Civil. Ele disse que os órgãos municipais estão muito fracos e despreparados para este tipo de tragédia. "Os órgãos municipais da Defesa Civil têm que ser adequados e adestrados para dar sequência aos alertas que nós emitimos."

Para piorar a situação das cidades afetadas, a rodovia RJ 116 apresentou condições ruins e dificultou a chegada de donativos na região, sobretudo em Nova Friburgo. Moradores do município reclamaram ainda do aumento abusivo dos preços de produtos de primeira necessidade, como água. Um galão de 20 litros chegava a sair por R$ 40.

Em Teresópolis, a Justiça vai abrir na manhã deste domingo processo de adoção das crianças que ficaram órfãs após a catástrofe. O procedimento será realizado no ginásio Pedrão, a partir das 9h. Dentre tantas notícias pouco animadoras, ao menos o abastecimento de água em Nova Friburgo foi parcialmente restabelecido, chegando a 65%.

Em Itaipava, distrito de Petrópolis, militares da Força Aérea começarão neste domingo a montar um hospital de campanha, que deve começar a funcionar na segunda-feira (17).

Tragédia

O forte temporal que atingiu o Estado do Rio de Janeiro na terça-feira deixou centenas de mortos e milhares de sobreviventes desabrigados e desalojados, principalmente na região serrana. As cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto foram as mais afetadas. Serviços como água, luz e telefone foram interrompidos, estradas foram interditadas, pontes caíram e bairros ficaram isolados. Equipes de resgates ainda enfrentam dificuldades para chegar a alguns locais.

No final da noite de sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff liberou R$ 100 milhões para ações de socorro e assistência às vítimas. Além disso, o governo federal anunciou a antecipação do Bolsa Família para os 20 mil inscritos no programa nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Empresas públicas e privadas, além de ONGs (Organizações Não Governamentais), também estão ajudando e recebem doações.

Os corpos identificados e liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) começaram a ser enterrados quinta-feira, alguns deles sem identificação. Hospitais estão lotados de feridos. Médicos apelam por doação de sangue e remédios. Os próximos dias prometem ser de muito trabalho e expectativa pelo resgate de mais sobreviventes.

Em visita à região de Itaipava, em Petrópolis, o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse que ricos e pobres ocupavam irregularmente áreas de risco e que o ambiente foi prejudicado. "Está provado que houve ocupação irregular, tanto de baixa quanto de alta renda. Está provado também que houve dano da natureza. Isso não tem a ver com pobre ou rico."

As informações são do Portal R7.



Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895