Desafios impostos ao varejo no RS são semelhantes aos enfrentados na Europa

Desafios impostos ao varejo no RS são semelhantes aos enfrentados na Europa

Proposta do bate-papo de 1h de duração foi ajudar empresários, lideranças de empresas e autoridades

Gabriel Guedes

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Os problemas e questionamentos que comerciantes estão vivenciando nesta pandemia da Covid-19 em Porto Alegre não são um drama exclusivo dos gaúchos. O painel online "De portas abertas: experiências de retomada do varejo ao redor do mundo", promovido hoje de manhã pelo Sindilojas Porto Alegre, trouxe a visão de quem mora fora do País sobre o comportamento do varejo, consumidores e governos frente à doença. Com base nos relatos de três convidadas gaúchas, o que se observou, é que em países como Itália, Alemanha e Portugal, assim como aqui, o comércio convive com mudanças frequentes no funcionamento. Setores ligados à área de serviço, como gastronomia e turismo, também têm sentido mais os efeitos das restrições.  

A arquiteta, designer, professora e sócia da DesideraLab, Renata Rizzo mora na Itália, disse tudo começou com a retirada das crianças das escolas. “Quando fechou, todo mundo fechou. Mas com a tranquilidade de que o meu vizinho e concorrente estava fechado também. Foi uma consciência comunitária”, relembrou. Segundo Renata, foram 69 dias de lockdown. Agora, pode se andar sem máscara se mantiver distanciamento de 1 metro. Mas dentro do comércio ou ambientes fechados, tem que usar máscara. “As pessoas respeitam mesmo”, destacou. Nos hábitos de consumo, a arquiteta notou a preferência pelas lojas de rua. “Aqui as pessoas têm preferido estes estabelecimentos, pequenos. Têm lojas em que podem entrar só uma ou duas por vez”, contou.

A empreendedora e especialista em marketing para o varejo Bruna Luz, que reside na Alemanha, lembrou do tenso começo da pandemia. “Os lojistas não sabiam o que fazer no início. Não tinha nada aberto. Absolutamente nada aberto. A cada 1h, polícia passava para ver quem estava aberto. A multa era muito alta e não tinha outra alternativa. Depois da segunda semana, governo deu uma ajuda para pagar aluguel. Foi tenso no início”, relatou. “O e-commerce cresceu muito durante o lockdown. E os pequenos tiveram que se adaptar e entraram para algum marketplace - espaços online para vendas. Mas o que se viu mesmo foi o aumento de vendas de bicicletas”, compartilhou. No entanto, o aspecto que mais chamou atenção, foi a semelhança com o momento atual em Porto Alegre. “Toda semana tinha um decreto novo. Toda segunda ou todo domingo os comerciantes consultavam as medidas no site do governo”, confirmou Bruna.

Quem trouxe as impressões de Portugal foi a consultora e professora de contabilidade Gerencial, especialista em micro e pequenas empresas, Andréa Santos. “Primeiro passo que o governo deu, foi fechar as creches. Daí deu pânico geral. Então teve um pouco de desencontro de informação no começo. Entre fechar comércio e indústria, levou quase 15 dias. E fechou sem a expectativa da reabertura. Aí abriu gradualmente, mas aumentaram os casos e fechou, depois reabriu gradualmente e segue assim”, resumiu. Desde então, a cada surto em uma região, segundo Andréa, é atribuída uma explicação. “Dão muitos motivos, mas não sabemos de fato o que causa. Mas o notamos que vem depois do momento  em que se afrouxa bastante as regras”, apontou.

A proposta do bate-papo de 1h de duração foi ajudar empresários, lideranças de empresas e autoridades sobre como podem ser os próximos meses, a partir de exemplos de iniciativas públicas, protocolos de saúde e novas práticas para a operação das lojas. A mediação da conversa foi realizada pelo diretor de marketing (CMO) do Sindilojas Porto Alegre, Marcelo Paes.
 


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