Desejo de ver avó com câncer motiva menina de 10 anos a se vacinar em Porto Alegre

Desejo de ver avó com câncer motiva menina de 10 anos a se vacinar em Porto Alegre

Na companhia da mãe, Júlia foi imunizada contra a Covid-19 na Clínica da Família IAPI

André Malinoski

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“Todos contra o coronavírus”, diz uma frase na parede da parte interna da Clínica da Família IAPI, um dos sete pontos de vacinação infantil disponíveis nesta sexta-feira, em Porto Alegre. A decoração do local conta com balões, cartazes e imagens de personagens de desenhos animados e dos quadrinhos, como He-Man, She-Ra e o Batman. Mães e pais acompanhavam os filhos para o ato de imunização. “Queria ser vacinada para visitar minha avó com câncer”, disse baixinho e um pouco encabulada, Júlia, de apenas 10 anos. “Não tem perigo a gente se vacinar e fiquei muito feliz”, completou a menina. A mãe e professora Taís Antonielo, 42, não escondia a felicidade por ver a filha mais protegida contra os males da Covid-19. “Para mim é a coisa mais importante. É a esperança de que tudo isso vai acabar”, anseia.

Após receberem as vacinas, as crianças ganham um diploma e um adesivo para estampar no peito. “Estava um pouco ansiosa e agora me sinto mais protegida”, afirmou Sofia, 7, enquanto desenhava em uma mesa com papel e lápis colorido.

A atendente de caixa Dafni Rodrigues, 24, era outra mãe orgulhosa. “Ela tem asma. Então, é importante para proteger ela própria e todos os outros”, explica. Situação parecida vive Marilia Pavelak, 36, que trabalha como analista administrativa. “O meu filho é asmático, então é importante para ele ser vacinado e também para o coletivo. O papel do cidadão é pensar em todo mundo”, reflete a mãe de Davi, 6. “Fiz a vacina para poder ir na praia”, comemora o menino.

Apesar da manhã quente e de sol intenso, a movimentação de chegada de pais de mãos dadas com os filhos era grande. “Este momento é muito emocionante”, resume a advogada Isadora Moraes, 46, enquanto observava atentamente a dose ser aplicada no braço da filha Giovanna, 6. “Não doeu”, relatou ainda na sala de vacinação. O pequeno Eric Ponsson, 8, foi acompanhado pelos pais. “Estava um pouco ansioso um dia antes, mas a vacina não machuca”, conta o menino, dizendo que tomaria outras doses no futuro se fosse necessário. “Todos lá em casa já tomaram, como o papai e a mamãe”, completou.

Movimento e necessidade da vacina 

A enfermeira e coordenadora do setor de vacinação da Clínica da Família IAPI, Marilene Lopes Vieira, salientou que mais de 100 crianças são vacinadas por dia no local. “Na quinta, foram imunizadas 182. No primeiro dia da imunização, mais de 140 receberam a vacina”, estima.

A profissional da área da saúde avalia o atual cenário de contaminação. “O contágio é muito fácil e as crianças também podem pegar a doença. Temos visto os hospitais pediátricos lotados”, alerta. Além de dizer que muitas mães deixam o ponto de vacinação chorando e emocionadas, a enfermeira compartilha uma história emocionante: “Nesta sexta-feira, chegou aqui uma criança que acordou em casa às 4h para se preparar e decidiu vir fantasiada como a Cuca do Sítio do Picapau Amarelo”.

A imunização acontece nesta sexta em sete unidades de saúde, das 8h às 17h: Chácara da Fumaça, Clínica da Família IAPI, Clínica da Família José Mauro Ceratti Lopes, Moab Caldas, Nova Brasília, Santa Marta e Santo Alfredo.


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