Desembargador do TJ suspende liminar que impedia abate de cervos do Pampa Safari

Desembargador do TJ suspende liminar que impedia abate de cervos do Pampa Safari

Deputada estadual Regina Becker (Rede) confirmou que vai recorrer da decisão

Rádio Guaíba

Desembargador do TJ suspende liminar que impedia abate de cervos do Pampa Safari

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O desembargador Armínio José Abreu Lima da Rosa, da 21ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, cassou, nessa quarta-feira, a liminar concedida na ação movida pela deputada estadual Regina Becker (Rede) contra o Pampa Safari, de Gravataí. Na prática, a decisão permite que o parque privado submeta a eutanásia cerca de 400 cervos exóticos com suspeita de tuberculose. Em nota, a parlamentar lamentou que a medida tenha sido tomada no Dia Mundial dos Animais e confirmou que vai apresentar recurso. Durante a noite, o TJ confirmou o teor da decisão.

Lima da Rosa argumentou que há risco de proliferação de tuberculose, e que o abate dos cervos atende recomendação sanitária. Pesou na decisão a chancela do Ibama e da Secretaria Estadual da Agricultura para o sacrifício. Já a deputada pondera que o desembargador “não levou em conta a inexistência de laudos que comprovem a presença da doença”.

Regina também apelou para que toda a rede de proteção e ativistas se reúnam, às 15h de sábado, para a Marcha da Defesa Animal 2017, em frente ao Pampas Safari, que fica no km 11 da ERS 020.

MP abriu investigação

Em fim de agosto, o Ministério Público em Gravataí instaurou um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades no parque e a determinação do Ibama para abate de cervos devido ao surto de tuberculose. O órgão federal sustenta que a eutanásia é necessária porque a doença representa riscos para os demais animais do local e também para seres humanos, considerando que a carne pode vir a ser consumida. Os ruminantes permanecem em um local protegido por telas enquanto o impasse persiste.

O juiz João Ricardo dos Santos Costa, do Foro Central de Porto Alegre, que havia concedido a liminar impedindo o abate, levou em consideração o resultado de testes que apontaram que apenas 35% dos animais deram positivo para tuberculose.

O Pampas Safari soma uma área de 300 hectares, entre Gravataí e Cachoeirinha. Conforme entidades ambientalistas, cerca de dois mil animais sobrevivem no local. Já o Ibama fala que 3/4 dos exemplares expostos morreram ou foram vendidos pelos proprietários do complexo. O Pampa Safari fechou para visitações desde novembro do ano passado por determinação do Ministério Público Federal.

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