Desemprego é maior entre negros na Região Metropolitana

Desemprego é maior entre negros na Região Metropolitana

Taxa foi de 12,2% em 2010, segundo boletim especial da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social

Mônica Bidese / Correio do Povo

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A taxa de desemprego da população negra na Região Metropolitana de Porto Alegre se mantém mais elevada do que entre outras raças, ficando em 12,2% e 8,2%, respectivamente em 2010. O Boletim Especial, com o tema “Negros no Mercado de Trabalho” foi divulgado, nesta quinta-feira, pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social e integra a programação alusiva à semana da Consciência Negra.

Os resultados chamam atenção dos especialistas porque não acompanharam, na mesma proporção, o crescimento da economia brasileira e gaúcha. “Nos causou surpresa esse comportamento porque os negros não tiveram crescimento na ocupação e nem nos rendimentos”, salientou a economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Dulce Helena Vergara.

No período analisado, o nível ocupacional caiu entre os negros 8,1%, enquanto na população não negra aumentou 5,5%. Isso significa que a estrutura ocupacional levando em conta raça e cor mostrou menor concentração dos negros na indústria, comércio e em serviços, comparativamente aos não negros, e maior presença na construção civil e no emprego doméstico. No segmento da construção civil, por exemplo, a pesquisa mostra a maior discrepância na evolução do nível ocupacional entre os negros e não negros, uma vez que aumentou 18,7% a ocupação dos não negros e diminuiu 8,3% dos negros.

Se forem levadas em conta as formas de contratação, Dulce destaca o dado que aponta redução no trabalho sem carteira entre as mulheres negras (-20%) e também no trabalho autônomo (-23,1%). Já em relação aos não negros, houve crescimento positivo em todas as formas de contratação, a exceção foi os serviços domésticos. Para as mulheres não negras houve redução no emprego doméstico (-1,2%), também ocorreu queda no trabalho autônomo (-1,3%). Também merece destaque o dado que aponta mudanças na proporção de contratações dos negros com carteira assinada, que está em 53,6% dos ocupados ante os 51,8%, de 2009.

Com relação aos rendimentos, os resultados são um pouco mais favoráveis, uma vez que indica pequena elevação pata o total dos ocupados negros. Nesse caso, o rendimento médio passou de R$ 939, em 2009, para R$ 966, no ano passado. Já para os não negros, o rendimento cresceu de R$ 1.423 para R$ 1474 no mesmo período, sendo que os homens negros tiveram maior crescimento, comparativamente com os demais segmentos de gênero, raça/cor.

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