Despesca marca os preparativos para a Feira do Peixe de Porto Alegre

Uma rede de pesca de cerca de 50 metros é arrastada com cuidado por um açude repleto de peixes. A operação ao primeiro olhar parece simples e fácil, mas na realidade é complexa e delicada. E no final deste processo, que demora em média 30 minutos, conforme as redes são puxadas, os peixes tentam se soltar de todas as maneiras, mesmo os mais pequenos. Em seguida, aqueles selecionados são levados para um grande tanque, de água limpa, onde permanecerão pelo tempo de depuração - quando as possíveis impurezas são retiradas dos seus organismos - e depois estão prontos para o consumo.

Esse é o processo chamado de despesca, que foi realizado na manhã desta quinta-feira, na fazenda Figueira, no extremo da Zona Sul, marcando os últimos preparativos da Feira do Peixe de Porto Alegre. A propriedade rural tem criação de peixes em açudes. Ao todo, a estimativa é de que sejam retiradas três toneladas de peixes, especialmente carpa e tilápia. Parte dos peixes retirados será comercializada nas feiras da Semana Santa.

A despesca é realizada pela Associação de Pescadores e Piscicultores do Extremo Sul (Appesul), que reúne 81 produtores. O presidente da Associação, Roberto Superti, lembrou que neste mês foram retiradas cerca de 12 toneladas de peixes das propriedades. Eles se transformaram em cerca de 3,5 mil filés de peixes, que foram entregues nesta quinta-feira à Prefeitura, para consumo dos alunos da rede pública de Porto Alegre. “É uma parceria que tem dado certo e incentivado a produção”, comentou Superti. No ano passado, a Associação repassou mais de 53 toneladas de peixes.

Neste ano, a previsão da Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic) é de que sejam comercializadas mais de 350 toneladas de peixes (20 toneladas a mais do que em 2014). A 235ª edição da Feira no Largo Glênio Peres, ao lado do Mercado Público, será realizada entre os dias 31 de março e 3 de abril. Os consumidores poderão escolher os seus produtos em uma das 59 bancas com pescado, além de uma com peixes vivos. Também estarão à disposição outras cinco bancas que vão comercializar itens de alimentação, como peixe assado na taquara, postas, bolinho e palitos de peixe frito. Ocorrerá entre os dias 1º e 3 de abril as feiras da Restinga e de Belém Novo.

Segundo o secretário Humberto Goulart, o crescente consumo nas feiras é um indicativo de que há mercado consumidor. “Precisamos agora é incentivar o consumo nas outras épocas do ano, além de ser um alimento nutritivo e saudável”, afirmou Goulart.