Dez ônibus com haitianos partirão do Acre para Porto Alegre
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A notícia de que centenas estavam vindo em direção a Porto Alegre e a São Paulo, na terça-feira, mobilizou as prefeituras das duas cidades. A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos chegou a divulgar que pelo menos 50 chegariam nesta quarta ao Rio Grande do Sul, mas durante a manhã retificou a informação.
“Estamos afinando o diálogo com outros estados para eles se prepararem para receber essas pessoas. Neste momento, suspendemos as idas para São Paulo”, declarou Torres. Segundo ele, a maior parte dos imigrantes deseja ir para a capital paulista. Muitos, inclusive, vão por conta própria.
O prefeito em exercício de Porto Alegre, Sebastião Melo, disse nesta quarta, que a responsabilidade pelo acolhimento é tanto da prefeitura, como do estado e das entidades sociais. Ele destacou que a administração municipal não havia sido informada sobre a vinda dos imigrantes. O coordenador do Fórum Permanente de Mobilidade Humana do Rio Grande do Sul, Élton Bozzetto, salientou que a entidade previa a continuidade do fluxo de imigrantes para o Rio Grande do Sul, mas não foi informada sobre a chegada esta semana de um grupo de pessoas. “O primeiro atendimento deve ser sempre pelo poder público”, afirmou.
Conforme ele, dos mais de 40 que vieram a Porto Alegre no fim do ano passado, ficaram apenas nove. “Não sei se é desorganização ou dificuldade de comunicação entre eles e alguns setores”, ressaltou. Bozzetto explicou que não há serviço estruturado para receber um grande volume de pessoas sem antecipação. Ele disse que, ao chegarem no Acre, os haitianos já têm a situação regularizada. A eles é concedido um número de CPF e registro.
Em novembro de 2014, o governo do Estado firmou parceria com a Prefeitura de Porto Alegre para garantir o acolhimento aos haitianos. Naquela ocasião, o governo do Acre também não havia informado a Capital sobre a chegada dos imigrantes. A deputada estadual Manuela d’Ávila (PCdoB) havia marcado uma reunião para tratar do assunto e pediu a antecipação. O encontro deve ocorrer agora no dia 2 de julho, às 18h.
Cerca de R$ 1 milhão liberado pelo Ministério da Justiça teria sido utilizado para uma parte do fretamento dos veículos. Depois de reunião com o Governo do Acre e com a prefeitura de São Paulo, o órgão federal suspendeu a utilização de recursos para esse tipo de operação. Isso, porém, não impede que o Acre pague com verba própria empresas para fazerem o serviço.