Dez empresas de Encruzilhada do Sul e Butiá são multadas por trabalho escravo

Dez empresas de Encruzilhada do Sul e Butiá são multadas por trabalho escravo

Ministério Público liberou 379 pessoas de condições sub-humanas no corte e descasque de madeira

Correio do Povo

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Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público do Emprego (MPE) liberou 379 pessoas de situação análoga à escravidão no Rio Grande do Sul. Dez empresas de Butiá (4) e Encruzilhada do Sul (6) foram multadas e assinaram termos de ajuste de conduta.

A procuradora do Trabalho Sheila Ferreira Delpino, juntamente com auditores-fiscais do MTE, identificou diversas irregularidades nas condições dos trabalhadores, que atuavam no corte e descasque de acácia negra e do eucalipto. Muitos não tinha carteira de trabalho e Previdência Social assinadas ou qualquer controle de horários. Desta forma, eram submetidos a jornadas extensas, superiores ao que a legislação permite.

Com a impossibilidade de atuarem nos dias de chuva, eles também não recebiam pagamentos. Quando realizavam suas atividades, eles não recebiam equipamentos de proteção individual - ou, quando os tinham os valores dos equipamentos eram descontados dos seus pagamentos. Além disso, não recebiam qualquer treinamento para as atividades com risco de acidente, como operação da motosserra.

Em Encruzilhada do Sul, uma empresa de corte de eucalipto oferecia condições de transporte e alojamento sub-humanas para os funcionários, conforme o MPT. Quatro trabalhadores foram retirados de um alojamento. O local não tinha qualquer tipo de privacidade, os trabalhadores dormiam próximos a um botijão de gás, com frestas enormes nas paredes. Eles não tinham água potável e precisavam fazer suas necessidades fisiológicas no mato.


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