Dia do Desafio tem foco na inclusão e prática de exercício em Porto Alegre

O dia ensolarado, com temperatura amena, convidativo a atividades ao ar livre, foi comemorado pelos organizadores do Dia do Desafio deste ano, em Porto Alegre, após duas edições em formato virtual por conta da pandemia. Realizado sempre na última quarta-feira de maio, a ação envolve poderes públicos, instituições privadas e cidadãos, trabalhando em parceria para mobilizar o maior percentual de participantes em relação ao seu total de habitantes. O foco da ação, que segue até o final da tarde desta quarta-feira, é nas atividades inclusivas. 

“É algo emocionante. Queremos mostrar o desafio que as pessoas com deficiência têm no seu dia a dia, fora da zona de conforto, para que seja um exemplo a todos, pois não há desculpas para não se exercitar”, diz Edson Domingues, diretor da unidade Sesc Redenção, responsável pelas atividades na Capital, que começaram logo nos primeiros minutos de terça-feira. À meia-noite de terça para quarta-feira, colaboradores do Sistema Fecomércio-RS e da Brigada Militar participaram de uma corrida noturna de 3 km e 5 km, na Orla do Guaíba.

Além da orla, as atividades são promovidas no Largo Glênio Peres, em frente ao Paço Municipal, no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (CETE), no Menino Deus, e na sede da Fecomércio-RS, no bairro Anchieta. Próximo ao Mercado Público, na chamada Arena da Inclusão, atletas paralímpicos ligados à Associação Esporte+ e ao Grêmio Náutico União realizaram atividades como judô, vôlei sentado, tênis de mesa e dança.
 

Milaini Alviço Araújo é paratleta e fez coreografia especial para o Dia do Desafio. Foto: Guilherme Almeida.
 

Exemplo de superação

Com 90 medalhas em diferentes modalidades, principalmente na natação, Milaini Alviço Araújo, 17, criou uma coreografia e apresentou na estrutura montada no largo. “Foi muito legal. Não dançava já fazia muito tempo. Essa foi uma das coreografias que mais me dediquei. Muita gente vê a gente como pessoas que não podem fazer nada, que não podem trabalhar. Nos sentimos presos com as pessoas olhando com preconceito para gente”, disse. Milaini nasceu com artrogripose, o encurvamento das articulações. Conforme a avó, Ide Ferreira Alviço, que tem deficiência auditiva, ela deixou a cadeira de rodas há três anos. Mesmo assim, a jovem inseriu o equipamento na coreografia.

“O esporte transforma vidas. Todas as atividades onde eles se sentem inseridos são a transformação. Tudo que podemos proporcionais para eles, procuramos trazer. A pessoa com deficiência pode ser protagonista e agente de movimento do poder público para políticas de estado”, diz Fernanda Michaelsen Martins, diretora esportiva da Associação Esporte+. As atividades podem ser conferidas no site da Fecomércio-RS.

Desafio e solidariedade

Para quem não tem deficiência, e nem desculpas, a meta é que ao longo do dia se praticasse alguns minutos de exercício ao longo do dia, mesmo no trabalho. “Estimulamos empresas do comércio e sindicatos a proporem pelo menos 15 minutos de atividades físicas. O principal desafio é que essas pessoas comecem hoje, possam criara hábitos saudáveis e colocar o exercício em sua rotina”, explica Domingues.

Mais uma vez foi promovido o Desafio Solidário, com a arrecadação de caixinhas de leite UHT em todas as Unidades do Sesc/RS, Senac e sindicatos filiados à Fecomércio-RS. Pontos de coleta foram instalados na sede da Fecomércio-RS e no Largo Glênio Peres. Os alimentos serão destinados a entidades sociais cadastradas no programa Mesa Brasil Sesc no Rio Grande do Sul.

O Dia do Desafio foi criado na década de 1980, no Canadá, com a proposta de despertar o interesse das pessoas pela prática de esportes e atividades físicas, através de uma competição entre cidades. O Sesc coordena o evento desde 1995, realizados pelas prefeituras. O Dia do Desafio é uma iniciativa da The Association For International Sport for All (TAFISA), com o apoio da International Sport and Culture Association (ISCA) e da UNESCO.