Dilma comemora aprovação de texto base da Rio+20

Dilma comemora aprovação de texto base da Rio+20

Ambientalistas criticam oportunidade perdida e falta de substância no documento

Agência Brasil

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A presidente Dilma Rousseff celebrou, nesta terça-feira, a aprovação do documento base da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Ele avaliou que a definição antes da chegada dos chefes de Estado ao Rio de Janeiro foi uma “vitória do Brasil”.

O documento, aprovado em plenária nesta terça-feira, tem que ser avaliado e aprovado pelos líderes das nações participantes. Eles chegam ao Rio de quarta até sexta para a fase definitiva da conferência. “Um acordo entre 191 países e delegações é um acordo complexo. É sempre bom olhar que há a necessidade de um balanço. A questão do documento não é uma questão que diga respeito a um só. Estamos fazendo um documento que é o documento possível entre diferentes países e diferentes visões do processo relativo à questão ambiental”, analisou a presidente, em entrevista em Los Cabos, no México, onde participou da Cúpula do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo.

O documento destaca a importância do uso sustentável da biodiversidade marinha, mesmo além das áreas de jurisdição nacional. Há o compromisso de se trabalhar, em caráter de urgência, nessa questão, e a intenção de se desenvolver um instrumento internacional para lidar com o assunto, sob a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Para garantir a aprovação antes da etapa final da conferência, o governo brasileiro teve que simplificar alguns pontos do texto, o que gerou críticas de ambientalistas sobre os resultados efetivos da reunião.

Representante da entidade ambientalista Greenpeace, Marcelo Furtado, mostrou frustração. Segundo ele, o documento indica meramente um processo burocrático de negociação, mas não tem substância. “A grande vítima dessa conferência é a população planetária, a desigualdade e o meio ambiente. Se você pegar, por exemplo, a questão dos oceanos, que estava muito avançada e onde havia a expectativa de um acordo internacional e legalmente vinculante, para áreas protegidas marinhas internacionais, ele afundou”, avaliou.

As ONGs Greenpeace e WWF advertiram que a cúpula poderia se converter em um fracasso se os líderes mundiais não viessem "ao resgate" (dos compromissos). "A Rio+20 se transformou em um fracasso épico. A conferência falhou em termos de equidade, ecologia e economia", considerou o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Daniel Mittler, em comunicado. "Eles nos prometeram o 'futuro que queremos' (nome dado à declaração final), mas agora seremos reconhecidos apenas como uma máquina contaminadora que vai cozinhar o planeta, esvaziar os oceanos e destruir as florestas tropicais", disse Mittler.


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