Diretor administrativo e financeiro da EGR é suspenso por 60 dias

Diretor administrativo e financeiro da EGR é suspenso por 60 dias

Sindicância apontou série de irregularidades que teriam sido feitas pelo integrante da empresa

Christian Bueller

Prédio onde fica a EGR

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O Conselho de Administração da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) suspendeu por 60 dias o diretor administrativo e financeiro André Arnt. A suspensão do diretor da EGR é resultado de sindicância aberta em outubro, que será encaminhado ao Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas do Estado, e visa auxiliar nas investigações desses órgãos de controle e também permitir ao investigado sua ampla defesa.

A medida conta a partir de quinta-feira, dia 23 e está publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira, 24. Entre as irregularidades apontadas está o suposto descumprimento de determinações de autoridade superior, procrastinação em cumprir ordens judiciais para pagamento de valores retidos que trazem risco iminente e paralisação dos serviços realizados por parte de empresas contratadas. A sindicância teria apurado uso indevido sem prévia autorização de veículo da EGR para fins particulares, constando dezenas de viagens para Lajeado e Viamão em dois anos, sem motivo profissional identificado.

O diretor-presidente da EGR, Marcelo Gazen, lamentou o ocorrido. “Foi um processo de sindicância padrão levado ao Conselho de Administração que levou, por prudência, o encaminhamento a instâncias competentes para que ele tenha o direito ao contraditório exercido. Torço para que a investigação seja tranquila e que tudo seja esclarecido”, explicou. Arnt terá o período de suspensão para fazer sua defesa, que será submetida novamente ao Conselho. Constam, ainda, na sindicância, indícios de assédio moral, não encaminhamento de sindicâncias internas, não cumprimento da lei tributária e de determinações judiciais, descontrole financeiro e má gestão, dentre outros fatos.

André Arnt se defende, cita perseguição política e afirma se tratar de “denúncia falsa”, “feita no campo da mais pura vingança pessoal”. “Todos os meus atos desde que entrei na EGR foram de acordo com a lei, com total probidade e no sentido de ampliar a qualidade dos serviços entregues”, reitera. Segundo ele, na ata determinou seu afastamento, “não há nenhuma sindicância que aponte as informações denunciadas”. “Sou um batalhador contra qualquer tipo de corrupção, ou, até mesmo, de tentativas nesse sentido. Temos um governo íntegro, liderado por um político admirável. Fica claro, que houve uma denúncia ‘anônima’, tentando impingir a mim fatos que, sequer estavam sob minha responsabilidade”, salienta.

O diretor critica Gazen e diz que vai aguardar “o desenrolar dos fatos”. O Correio do Povo teve acesso à ata da reunião extraordinária do Conselho de Administração da EGR que determinou a suspensão de Arnt. No documento, consta que o presidente do Conselho, João Stefanes Machado, se manifestou contrário à medida sem que o diretor fosse previamente ouvido. No entanto, o tema foi colocado à apreciação dos demais conselheiros, que votaram pelo afastamento.


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