Discussão sobre aeromóvel volta à pauta da Câmara de Vereadores de Porto Alegre

Discussão sobre aeromóvel volta à pauta da Câmara de Vereadores de Porto Alegre

Parlamentares lamentaram a falta de desenvolvimento do projeto

Jessica Hübler

Edificação de uma única estação em frente à Usina do Gasômetro nunca mais foi utilizada

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A discussão em torno da retomada das obras e ativação do aeromóvel do Gasômetro ou a derrubada da estrutura do mesmo voltaram à Câmara de Vereadores após encontro realizado na última segunda-feira, entre a Aeromovel Brasil S/A e a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), sobre o tema. Na tribuna, o vereador Valter Nagelstein (PMDB) lamentou a falta de desenvolvimento do projeto. “Canoas consegue avançar nesta ideia e Porto Alegre está ficando para trás”, destacou.

Segundo ele, houve durante muitos anos um impasse sobre a viabilidade técnica e econômica, “mas essa questão está superada”. Conforme Nagelstein, o projeto tem o aporte tecnológico de uma grande empresa de tecnologia e a Aeromovel Brasil S/A demonstrou que tem disposição de financiar a finalização das obras. “Temos que colocar em funcionamento”, afirmou.

Da mesma bancada, o vereador Idenir Cecchim (PMDB) havia apresentado um projeto de lei, em 2013, pedindo a remoção das vigas de concreto instaladas entre a Usina do Gasômetro e da Câmara. O PL foi rejeitado, mas o vereador pediu renovação de votação. “O trecho permaneceu com apenas 1 quilômetro de extensão, e a edificação de uma única estação em frente à Usina do Gasômetro nunca mais foi utilizada. Os governos posteriores também nunca deram continuidade”, consta no projeto.

Segundo Cecchim, o PL que pede a remoção da estrutura foi desenvolvido no sentido de provocar discussão sobre o tema. “Acho que eu consegui o primeiro objetivo. O segundo objetivo era que, se não houvesse a discussão e se a estrutura não for aproveitada, que seja retirada”, destacou. Como o assunto está sendo discutido, o vereador disse que “deu uma segurada” no PL. “Eu não tenho nada contra o aeromóvel, apenas quis provocar a discussão”, disse.

Cecchim ainda enfatizou que se o aproveitamento das vigas de concreto for viável e não for envolver dinheiro público, é preciso aproveitar a estrutura. “A única saída possível é através de financiamento da iniciativa privada. Eu acho que não precisa de dinheiro público. Além disso, precisamos pensar se vai ajudar em alguma coisa. Se vai facilitar a vida das pessoas, tudo bem, mas não pode servir apenas para demonstração”, ressaltou.

A professora de música e moradora do Centro de Porto Alegre, Cristiane Scomazzon, 40 anos, diz que não conhece muito sobre o aeromóvel mas, segundo ela, “não cabe mais fazer funcionar”. “Quando meus amigos de fora da cidade vêm aqui na Praça (Júlio Mesquita) me perguntam o que é aquela estrutura e eu não sei muito bem explicar”, contou. Segundo Cristiane, o aeromóvel não é prioridade para a cidade. “Precisamos pensar em problemas reais, como a questão da moradia, por exemplo”, destacou.

Já Vinicius Amaral, 27 anos, morador de Alvorada, circula diariamente por Porto Alegre e diz que a retomada das obras seria interessante. “Não sei muito bem o propósito dele, para onde iria, nem nada, mas acho que deviam tentar ativar, já que a estrutura está por aqui”, declarou.

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