Dissídio dos rodoviários de Porto Alegre deve ficar em segundo plano

Dissídio dos rodoviários de Porto Alegre deve ficar em segundo plano

Trabalhadores temem demissões, dissensão começa dia 29

Fernanda Pugliero

Categoria está mais preocupada com a manutenção de seus postos de trabalho do que com o percentual de reajuste salarial

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O processo de negociação do próximo dissídio dos rodoviários de Porto Alegre, cuja data base é de fevereiro, deve ficar em segundo plano. Com assembleia para definição de pautas marcada para o dia 29, a categoria está mais preocupada com a manutenção de seus postos de trabalho do que com o percentual de reajuste salarial. Ambos editais de licitação publicado pela prefeitura este ano para a concessão do transporte público da Capital, não previam a conservação dos atuais trabalhadores na prestação do serviço. 

“O que vier de dissídio é lucro, pois até já sabemos que virá a mesma coisa do ano passado”, afirmou um motorista, que preferiu não se identificar. Em 2013, após uma negociação conturbada que culminou em uma paralisação de 13 dias, o reajuste salarial da categoria ficou em 7,5%. Motoristas e cobradores tiveram ainda aumento no valor do vale-refeição, que subiu de R$ 16 para R$ 19, mas passaram a ter descontado R$ 10 mensais dos salários na contrapartida do plano de saúde ambulatorial. “Até 2013 não havia esse desconto, vamos tentar retirar para o próximo ano”, aponta o presidente do sindicato da categoria, Aldair da Silva.

Após greve de 13 dias em Pelotas, os rodoviários daquele município votaram pelo fim da paralisação mesmo sem ter sua proposta inicial atendida. Lá, o reajuste da categoria para 2015 será de 6,35%. “Sabemos que vai ser bem difícil, pois nenhuma categoria conseguiu mais do que 8%”, afirma Adair. Ele não descarta a possibilidade de greve na Capital, apontando que não aceitará “propostas abusivas e indecentes” por parte da classe patronal. “Esse ano o dissídio terá outra diretriz. No ano passado, todo mundo queria negociar com os patrões, a categoria ficou confusa e quem perdeu foi a população.” Enquanto o sindicato elabora as propostas para apresentar aos trabalhadores em sua assembleia  que serão repassadas aos patrões no dia 30, nas garagens o clima vai de mal a pior. Alguns trabalhadores acusam as empresas de sucateamento, o que poderia culminar em pedidos de falência. Os consórcios negam que o fato esteja ocorrendo, O presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, responsável pelo processo licitatório, afirma que não será possível incluir cláusula no próximo edital a ser publicado até junho de 2015 que proteja os postos de trabalho.

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