Distribuição de carnes e frutas começa a ser prejudicada por protestos no RS

Distribuição de carnes e frutas começa a ser prejudicada por protestos no RS

Na Ceasa, alguns permissionários suspenderam pedidos a outros estados para evitar transtornos

Bibiana Borba / Rádio Guaíba

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Os consumidores da metade Sul do Estado, em especial da região de Pelotas, devem ser os primeiros a perceber os impactos dos protestos de caminhoneiros nas prateleiras. Alguns transportadores de carnes já deixaram de fazer entregas devido às manifestações. Como os produtos perecíveis não podem ficar parados nas estradas, há registro de retorno de cargas às bases de origem. O Sicadergs (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado) ainda não fala em desabastecimento, mas o presidente da entidade, Ronei Lauxen, admite os primeiros prejuízos.

“São produtos sensíveis, a carga viva, que são animais para abate, e o produto pronto para o varejo, que estão sofrendo dificuldades em função das barreiras. Veículos precisaram retornar a algumas bases na região de Pelotas, para evitar prejuízo à qualidade”, relata Lauxen.

Na central da Ceasa (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre, situações de desabastecimento podem ser registradas a partir desta quinta-feira. Frutas que vêm do centro do país, como mamão e manga, devem ser as primeiras a faltar. Alguns permissionários suspenderam pedidos a outros estados, para evitar transtornos causados pelos protestos. Como a Ceasa ainda está totalmente abastecida, o diretor técnico, Gerson Madruga, percebe apenas impactos leves.

“Alguns clientes, ontem, carregaram na Ceasa e não conseguiram chegar a destinos, assim como alguns não vieram. Sessenta por cento da nossa Ceasa tem abastecimento dentro do Estado, em especial da Serra, que até ontem continuava desobstruída. Os outros 40% vêm de fora, principalmente as frutas tropicais”, explica Madruga. Conforme o diretor, os grandes comerciantes de municípios mais distantes da Capital costumam reabastecer estoques aos domingos, na Ceasa. Se os protestos persistirem até o próximo final de semana, é provável que os preços também sejam afetados.

A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) confirma a preocupação inicial com produtos de açougue e do setor hortifrutigranjeiro. Conforme nota divulgada pelo presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, os problemas pontuais de abastecimento podem começar nesta quarta-feira. A Agas cita a possibilidade de que os estoques sejam supridos com fornecedores regionais, mas a falta de produtos em alguns estabelecimentos não é descartada.

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