Dobra o número de tartarugas encalhadas no Litoral Norte

Mais de 30 tartarugas marinhas foram encontradas encalhadas no Litoral Norte desde o início do veraneio, entre Torres e Quintão. Segundo a bióloga Cariane Campos Trigo, do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), o número dobrou em relação à última temporada. A maioria é da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas). O motivo principal é a ingestão de resíduos. "O lixo faz com que elas não consigam digerir os alimentos. Temos de hidratar, fazer sonda e dar alguns medicamentos", explica.

O contato com anzóis e redes de pesca também pode provocar ferimentos. O Ceclimar devolveu ao oceano, em Imbé, um exemplar da espécie tartaruga-cabeçuda, nesta sexta-feira. Ele havia sido encontrado no dia 23 de dezembro, preso a uma rede de pesca, no balneário de Atlântida Sul. Trazido pelo Comando Ambiental da Brigada Militar de Osório ao centro, recebeu os cuidados para que pudesse retornar ao seu ambiente. "Este animal não possuía a nadadeira anterior esquerda, provavelmente por uma interação procedente com algum tipo de pesca", afirma Cariane.

Em casos como esse, segundo a bióloga, os animais podem engolir uma quantidade excessiva de água, debilitando o pulmão. Antes de ser devolvida ao mar, a tartaruga-cabeçuda passou um mês e meio no Hospital Veterinário da Ufrgs.