Doenças de inverno chegam mais cedo e emergências pediátricas superlotam em Porto Alegre

Doenças de inverno chegam mais cedo e emergências pediátricas superlotam em Porto Alegre

Setor de emergência pediátrica do Hospital de Clínicas opera com restrições nesta segunda

Christian Bueller

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As doenças respiratórias comuns ao inverno se anteciparam, afetando muitas crianças e gerando demanda acima da capacidade de alguns hospitais em Porto Alegre. Esse é o motivo que fez setor de emergência pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) operar com restrições nesta segunda, problema que já havia sido identificado no final de semana. Pacientes com quadro leve ou moderado chegaram a esperar até quatro horas para serem atendidos. 

Segundo a instituição, 22 pacientes estavam sob monitoramento durante a manhã, número que representa ocupação de 244%, uma vez que o hospital possui apenas nove leitos do tipo. A situação, considerada crítica, ao menos, é melhor do que a registrada na última sexta, quando 30 crianças estavam no local. A orientação é de que estas crianças sejam levadas a um Pronto Atendimento, e não à emergência.

Na UTI Neonatal não havia mais leitos de cuidados intensivos e semi-intensivos disponíveis aos recém-nascidos. O atendimento também teve restrição máxima no Centro Obstétrico, mesmo após abertura de dois leitos extras. A orientação é que as gestantes procurem seus hospitais de referência.

Conforme o painel da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Capital tem 80 vagas em emergências pediátricas e 76 pacientes internados. Além do Clínicas, os hospitais Nossa Senhora da Conceição (131%) e Restinga e Extremo Sul (233%) operaram além da capacidade.

Na semana passada, a SMS criou um comitê de articulação e operacionalização do Sistema Municipal de Urgências e Emergências Pediátricas para monitorar a situação de forma permanente. Uma segunda reunião virtual acontece nesta terça-feira com a presença de representantes de instituições hospitalares e de pronto atendimentos da Capital. 

A Secretaria também adiantou que o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) pretende abrir até o fim deste mês 20 leitos de enfermaria. Ainda, segundo a SMS, a emergência pediátrica da Associação Hospitalar Vila Nova deve ser inaugurada em maio. A prefeitura orienta que os hospitais e pronto atendimentos da Capital acolham todos os pacientes que buscarem atendimento nas emergências pediátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a SMS, as instituições devem manter o funcionamento de suas emergências, utilizando o método de classificação de risco dos pacientes. “As equipes devem dar prioridade aos casos graves, mas todas as crianças precisam ser acolhidas. Em casos de menor gravidade, os usuários busquem alguma das 132 unidades de saúde, evitando a superlotação da rede hospitalar”, afirma o diretor adjunto de Atenção Hospitalar e Urgências, Francisco Isaias.

Pais e responsáveis devem levar as crianças a uma emergência quando ela apresentar febre acima de 38 graus, febre prolongada, alteração de comportamento (cansaço), falta de ar e crises de tosse. Já as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Pronto Atendimentos recebem os pequenos que tiveram um pico único de febre e estão se alimentando. Os endereços das unidades de atenção primária podem ser consultados no site da SMS.

A situação se repete em Canoas, na Região Metropolitana, onde o Hospital Universitário restringiu os atendimentos após atingir 100% de ocupação.


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