Dominada pelas centrais, marcha dá início ao Fórum Social Temático

Dominada pelas centrais, marcha dá início ao Fórum Social Temático

Participantes admitiram que receberiam dinheiro para participar da caminhada

Danton Júnior / Correio do Povo

Marcha saiu da Borges de Medeiros até anfiteatro Pôr do Sol

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O Fórum Social Temático 2013 começou com um cenário bem diferente do evento que lhe deu origem, o Fórum Social Mundial - realizado pela primeira vez em Porto Alegre há 12 anos com o objetivo de combater o “modelo econômico neoliberal”.

Quase todos os cerca de mil participantes da marcha de abertura, que ocorreu na tarde deste sábado, vestiam camisetas de centrais sindicais, entre elas da Força Sindical, principal organizadora do evento; da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST); e da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Em contato com a reportagem do Correio do Povo, alguns admitiram, sem se identificar, que em troca receberiam dinheiro. “Ouvi falar em uns R$ 20”, disse uma participante.

A ausência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) da organização do evento, por não concordar com as suas diretrizes, ficou visível durante a abertura oficial. Alguns dos idealizadores do FSM também se afastaram. Bandeiras de partidos políticos quase não podiam ser vistas durante a caminhada. Mesmo assim, a coordenação do fórum espera a participação de 40 mil pessoas até o dia 31. O diretor da Força Sindical no Rio Grande do Sul, Lélio Falcão, acredita que todos os “mundos” alvos de preocupação do FSM estarão representados durante a programação. Com relação à marcha de abertura, a estimativa inicial era de que até 5 mil pessoas participassem. “Essa experiência de uma marcha em um sábado à tarde é inovadora e vamos avaliá-la posteriormente”, justificou o dirigente.

A caminhada partiu do Largo Glênio Peres em direção ao Anfiteatro Pôr do Sol, onde ocorrem apresentações musicais. Apesar da mudança no perfil, a marcha contou também com entusiastas antigos do FSM. A pedagoga Maria Marli Heck, 61 anos, levou para a avenida Borges de Medeiros um globo em miniatura rodeado por origamis. “É uma representação da cultura da paz”, explicou ela, que participa do evento desde 2001. Segundo ela, o fórum poderia ter melhorado neste período. “Estou aqui para não me desiludir, mas sei que não é fácil”, observou.

A advogada Astréia Mendizabal, 28, faz parte da ONG Pachamama e veio de Curitiba para participar do FST. “Viemos aqui para discutir a sustentabilidade e fazer alguns questionamentos quanto ao desenvolvimento sustentável e a economia verde, até onde isso vale a pena, e lembrar que precisamos voltar à cultura do campo, sair um pouco do asfalto e do concreto e voltar a viver na terra”, afirmou. Mesmo com a mudança no perfil do evento, ela considera que “qualquer possibilidade de encontrar outros coletivos e trocar informações” é importante.

O FST ocorre em diversos locais da Capital. A programação completa pode ser conferida no site do evento.


                                         Marcha abriu Fórum Social Temático / Foto: Mauro Schaefer

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