Donos de bares e restaurantes avaliam que novas restrições não devem aumentar prejuízos

Donos de bares e restaurantes avaliam que novas restrições não devem aumentar prejuízos

Estabelecimentos de Porto Alegre terão que encerrar suas atividades diariamente às 23 horas a partir desta segunda-feira

Gabriel Guedes

O restaurante gerenciado pelo Anilto José Silveira terá que encerrar as atividades meia hora mais cedo a partir desta segunda-feira

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O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, anunciou no final da tarde da última sexta-feira, mais restrições às atividades em Porto Alegre. Uma destas medidas, que visa reduzir a velocidade de contágio da Covid-19, será restringir o horário de funcionamento dos bares e restaurantes.

A partir desta segunda-feira, estes estabelecimentos terão que encerrar suas atividades diariamente às 23 horas. A medida pode não provocar muito mais danos do que os que já foram provocados pelo fechamento total. Alguns restaurantes já operavam até às 23 horas, outros até às 23h30min e alguns também até à meia-noite. Mas mesmo com a reabertura, há relatos de empresários que já nem tinham mais movimento após às 22 horas.

Na zona Norte, o restaurante de Cidinei Santa Catarina, situado na Avenida do Forte, existe há 10 anos. Mas nunca tinha enfrentado uma crise desta magnitude. De dia eles servem churrasco e à noite há rodízio de pizza. O ambiente, com 500 lugares, foi reduzido à 150 e os 24 funcionários que lá trabalhavam, metade está em casa e sendo sustentado pelo benefício emergencial, que compensa as perdas mediante redução de jornada ou suspensão do contrato de trabalho.

“Estamos abertos desde o dia 21. Fechamos às 23h. Mas depois das 22 horas não tem mais movimento algum. Antes da pandemia a gente ia até mais ou menos meia-noite”, relembrou o empresário. Para ele, a determinação não fará muita diferença e acredita que para muitos outros lugares também não, já que há poucos clientes nas ruas.

Em outro restaurante da Avenida do Forte, o restaurante gerenciado pelo Anilto José Silveira, que atende com pizza à noite, também vai encerrar mais cedo assim que a medida entrar em vigor. Hoje fica até às 23h30min. “Vai perder meia-hora, por que provavelmente também será encerrado o serviço de tele-entrega no mesmo horário”, estimou. “Não sabemos o que vai ser desta situação toda. Está indo tudo bem devagar, muito pouco animador”, confessou Silveira.

Na Cidade Baixa, um restaurante e choperia na Rua da República vai tirar do horizonte a expectativa de abrir à noite. Quando houve a Covid-19, o estabelecimento fechou as portas temporariamente e reabriu só na segunda quinzena de maio, mas somente durante o dia, para almoço. “O público estava começando a crescer um pouco mais. Estávamos estudando para abrir à noite, mas esta medida do fechamento às 23 horas é ruim. Vamos ter que aguardar mais”, prevê o gerente, Anderson Menezes.

Mas mesmo com a reabertura e com uma oferta 50% menor de lugares, o restaurante não chegou a ficar lotado nenhuma vez desde o dia 20 de maio, quando foi autorizada a retomada do funcionamento pela Prefeitura da Capital.

O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Starosta Chmelnitsky, foi procurado para avaliar o impacto da nova medida anunciada pelo prefeito, mas preferiu não se manifestar até que o decreto seja publicado pela Prefeitura de Porto Alegre.


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