Economia circular é tema de palestra do Tá Na Mesa, em Porto Alegre

Economia circular é tema de palestra do Tá Na Mesa, em Porto Alegre

Diretora de Economia Circular da Braskem, Fabiana Quiroga afirma que as pessoas estão engajadas com o tema da sustentabilidade

Felipe Samuel

Fabiana: “Muitas vezes a gente pratica a economia circular no dia dia, reaproveitando resíduos”

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As mudanças climáticas e os novos desafios impostos por uma economia globalizada obrigam cada vez mais as empresas a se adaptarem a novas formas de produção, com desenvolvimento econômico associado a um melhor uso de recursos naturais. Esse e outros temas que envolvem economia circular foram pauta nesta quarta-feira do evento Tá na Mesa, da Federasul, em Porto Alegre. Palestrante do encontro, a diretora de Economia Circular da Braskem, Fabiana Quiroga, destacou a necessidade de as empresas pensarem no processo produtivo e na adoção de matrizes energéticas renováveis.

Conforme Fabiana, as pessoas estão cada vez mais engajadas com o tema da sustentabilidade, buscando produtos mais sustentáveis. “A gente tem aproveitado essa abertura para engajar o consumidor e explicar o conceito de economia circular, porque não é todo mundo que conhece economia circular na prática. Muitas vezes a gente pratica no dia a dia, reaproveitando resíduos, uma embalagem. E o mais importante é como destinar de forma adequada os resíduos, consumir conscientemente, saber se precisa do produto e que produto pode ser mais duradouro ou não”, observa.

Na avaliação de Fabiana, o mundo vive “um cenário extremamente urgente de ações”. “Estamos numa situação de escassez de recursos, mudanças climáticas, geração e destinação inadequada de resíduos, que tem gerado impacto para o meio ambiente. Então a gente está numa situação de urgência, de ter que agir de forma rápida hoje para gente pensar no futuro”, compara. Conforme Fabiana, cada vez mais as empresas estão direcionando ações nesse sentido, porque além de priorizar questões sociais e ambientais é uma oportunidade de negócio.

“A economia circular, que está relacionada a questões ambientais, está cada vez mais na pauta tanto da indústria, mas também do mercado financeiro, exigindo das empresas também informações bastante concretas”, destaca. Esta semana, a Braskem, pioneira na produção de biopolímeros, assinou contrato para aquisição de ações e subscrição de novas ações de emissão da Wise Plásticos S.A., empresa do setor de reciclagem mecânica. A Braskem totalizará uma participação societária de 61,1% do capital social da Wise. “A Brasken tem feito investimentos em ações concretas nos últimos anos. E uma delas é a aquisição de 61% das ações da Wise”, frisa.

Mais do que a participação da iniciativa privada nesse processo, ela cobra maior protagonismo do poder público. “Tem papel muito importante, porque tem a questão de coleta seletiva, da coleta de resíduos, da destinação adequada e do incentivo para que tenha processos de separação. Acho que tem ainda muito caminho pela frente e possibilidade de efetivamente o poder público agir nesse sentido. A gente vê um movimento cada vez maior de coleta seletiva, inclusão das cooperativas em processos de coleta, de transporte. Mas isso ainda é muito específico de um ou outro município”, observa.

O presidente da Federasul, Anderson Trautman Cardoso, afirma que sustentabilidade é um tema que está na ordem do dia de diversas empresas. “A economia circular se contrapõe à economia linear, com aproveitamento mais eficiente dos recursos naturais, valorizando-os em todas as etapas produtivas. Na indústria, por exemplo, esse modelo permite o reprocessamento e o reaproveitamento de diferentes materiais e componentes que são utilizados na fabricação de outros produtos”, observa.

Conforme Cardoso, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria, em 2019, já apontava que 76% das empresas já desenvolviam alguma iniciativa de economia circular. “Além disso, 88% dos empresários avaliavam esse conceito como sendo fundamental para o futuro da indústria”.  
 


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