EGR investe apenas 16% da receita em obras

EGR investe apenas 16% da receita em obras

Empresa prometeu R$ 152 milhões, mas destinou R$ 15 milhões em 2013

Correio do Povo

Na ERS 115, pessoas vivem situações de risco por falta de acostamento

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Há um ano o governo do Estado anunciou o fim dos pedágios privados e assumiu as praças gaúchas, prometendo uma redução de custo no transporte e aplicação do dinheiro arrecadado em melhorias. No entanto, o balanço da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) divulgado no mês passado, referente a 2013, mostra que a receita foi de R$ 89,53 milhões, mas o investimento em manutenção e obras foi de apenas R$ 15 milhões.

Ainda no ano passado, a EGR divulgou que os investimentos previstos chegariam a R$ 152,15 milhões em obras. Conforme a empresa, o Rio Grande do Sul tem o maior plano de obras em rodovias da história do Daer e é prioridade do governo a melhoria e a ampliação da condição de trafegabilidade.

Esta semana, o governador Tarso Genro e o presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, vistoriaram as obras na ERS 122, em Flores da Cunha. O investimento é de R$ 20,1 milhões. O trecho que recebe melhorias está entre Caxias do Sul e Antônio Prado. A recuperação da pavimentação compreende nivelamento da pista e recapeamento entre o km 81,4 e o km 104. Há ainda a aplicação do microrrevestimento asfáltico, entre o km 104 e o 127. A previsão de obra é de 18 meses.

Segundo a EGR, só em abril, foram assinados contratos para recuperação e restauro de dez rodovias: ERS 122, ERS 240, ERS 129, ERS 239, ERS 115, ERS 235, ERS 466, ERS 040, ERS 474 e RSC 453. Nos últimos dias, foi firmado documento para recuperação da RSC 287. A EGR administra 149 quilômetros entre Tabaí e Vila Paraíso, passando por Santa Cruz. Serão restaurados trechos entre os kms 55 a 57, 70 a 72, 104 a 106 e 149 a 151. O investimento será de R$ 37,2 milhões, valor pago com a arrecadação dos pedágios de Venâncio Aires e de Candelária.

No início do mês, a EGR contratou a ampliação da capacidade e recuperação dos pavimentos da RSC 453 entre a BR 386 e a rua João Lino Braun, em Estrela, 459 metros. O custo é de R$ 260 mil, que virá da praça de Boa Vista do Sul.

Despesas em 2013:

• Emprego em conservação: R$ 10,59 milhões
• Gasto com tributos: R$ 21,93 milhões, incluindo Imposto de Renda de Pessoa Jurídica - R$ 11,31 milhões -, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) - R$ 4,09 milhões -, Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) - R$ 3,42 milhões -, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) - R$ 2,55 milhões - e Programa de Integração Social (PIS) - R$ 552,75 mil.

Segurança é a queixa no polo Gramado


O estado de conservação das estradas do polo Gramado continua razoável. Desde que a EGR assumiu o comando da ERS 115, 235 e 466, pouco mudou. Os trabalhos de manutenção da pista, roçada, sinalização e pintura continuam sendo feitos pela estatal. A principal queixa dos usuários é quanto à segurança das estradas.

Além de buscar a duplicação de alguns trechos, os moradores pleiteiam a implantação de acostamento nas áreas urbanizadas. Os trechos mais críticos são os que ligam Gramado e Nova Petrópolis, na ERS 235, e entre o bairro Várzea Grande e o Centro de Gramado, na ERS 115. Os moradores já realizaram protestos por segurança, e nenhuma melhoria foi feita no tempo em que as rodovias eram concedidas à iniciativa privada.

Na ERS 115, em Gramado, estudantes e trabalhadores vivem situações de risco pela falta de acostamento. No trecho entre os bairros Jardim e Três Pinheiros, os moradores apontam a necessidade de instalação de redutores de velocidade e de passarelas. "Crianças que estudam no bairro e utilizam transporte coletivo para ir para casa precisam atravessar a rodovia para chegar ao ponto de ônibus. O risco é muito grande", afirma o comerciante Darci Oliveira.

* Com informações de Celso Sgorla, Halder Ramos e Karina Reif

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