Em 2020, frota brasileira terá 40 mil carros elétricos, projeta Anfavea
Especialistas projetam 20 milhões de "carros verdes" no mundo
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Não é à toa que a União Internacional dos Transportes Públicos (UITP) tenha declarado recentemente que uma das principais tendências mundiais para a mobilidade seja a tríade ‘elétricos, conectados e compartilhados’ aplicada aos veículos. Para entender a participação dessas tecnologias no trânsito, a Perkons ouviu alguns especialistas. Mesmo diante de um cenário no qual 95% do transporte mundial seja movido por combustíveis fósseis, relatório do projeto Zero Emission Urban Bus System (ZeEUS) estimou a frota de ônibus elétricos em cerca de 173 mil em 2015, sendo 98% deles em operação na China.
A pesquisa também revelou que, entre 2018 e 2020, as empresas de transporte público europeias alcançarão a consolidação no mercado de ônibus elétricos, e a Agência Internacional de Energia estima que, em 2030, eles representem 15% da frota mundial de veículos. Porém, transportada ao Brasil, essa realidade é um pouco menos evidente. Para o presidente-executivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Guggisberg, mesmo incipiente, essa tecnologia vem, pouco a pouco, conquistando espaço.
De 2010 – quando chegaram ao país - a dezembro de 2016, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estimou a comercialização de mais de 3,8 mil veículos de passeio elétricos em todo o país. “A expectativa é que de 30 mil a 40 mil veículos verdes circulem no Brasil em 2020, o que continua a ser um número baixo, pois alguns especialistas projetam, para o mesmo ano, um total de 20 milhões de carros elétricos circulando no mundo”, reflete.
Conforme a CPFL Energia, os veículos elétricos permitem uma economia de até 84% nos gastos com combustível. Porém, para o PhD em engenharia de transportes, Ronaldo Balassiano, a oferta limitada dos fabricantes é um dos principais entraves a esses veículos. “Mesmo que critiquem a baixa autonomia dos elétricos, que precisam de postos para recarga de bateria, o que pesa na decisão final do consumidor continua a ser o preço, que, no Brasil, chega a ser de duas a três vezes maior em comparação a um modelo similar a combustão”, ressalta.
Em contrapartida, o benefício ambiental, a alta durabilidade – fruto da ausência de desgaste do motor — e a tendência em se adotarem carros de emissão zero podem ser argumentos propulsores da tecnologia. “É um futuro que está mais presente do que nunca”, opina. Outra tendência para o futuro, conforme o especialista, são os veículos autônomos, que se baseiam no conceito do car sharing (compartilhamento de carros). Na medida em que dispensam a presença do condutor e são utilizados apenas por passageiros, reduzem o inchaço da frota veicular.
“Os elétricos podem não acabar com os engarrafamentos, mas os autônomos, que estão em testes e a uma realidade distante, sim. Além disso, eles garantem a segurança ao eliminar o risco de colisões por meio de dispositivos que controlam a velocidade nas vias”, completa.