Em novo ato, Simpa protesta contra precarização do Dmae

Em novo ato, Simpa protesta contra precarização do Dmae

Categoria está paralisada há mais de duas semanas

Henrique Massaro

Ato reuniu servidores em frente à sede do Dmae

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Em novo ato durante a greve que já dura mais de duas semanas, os servidores ligados ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) chamaram a atenção para o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Reunida na sede da rua 24 de Outubro, a categoria reclamou do que chama de precarização dos serviços, do déficit de servidores, da política de terceirizações e do atraso de salários. A paralisação dos trabalhadores teve início no dia 31 de julho e deve continuar enquanto não houver uma mesa de negociações com o prefeito Nelson Marchezan Júnior.

O Simpa cita, por exemplo, que após a terceirização dos relógios de água, em 2015, o contrato passou de pouco mais de R$ 1 milhão para R$ 3 milhões. “Não é sustentável para o Departamento uma terceirização que começa a tirar cada vez mais dinheiro da estrutura para fazer o mesmo serviço, porque a população de Porto Alegre não aumentou exponencialmente”, afirmou o diretor-geral do Sindicato, Jonas Tarcísio Reis. De acordo com ele, a tentativa da gestão hoje é estabelecer mais terceirizações, o que diminuiria o caixa do Dmae.



Essa chamada política de terceirizações, conforme Reis, pode vir a prejudicar o Plano Municipal de Saneamento Básico, que prevê investimentos até 2032 para universalizar o esgoto. Na visão dele, se mais serviços continuarem a ser terceirizados, a verba para terminar o projeto pode terminar.

O diretor-geral do Simpa ainda disse serem mentirosas as afirmações do prefeito de que menos de 50% do esgoto da Capital é tratado e que o poder público não tenha capacidade para aumentar esse serviço. Segundo o municipário, pouco mais de 60% da rede hoje é tradada e a estrutura tem capacidade para chegar a 85%.

Esse percentual não pode ser alcançado, afirma o representante do Simpa, devido ao déficit de servidores. De acordo com ele, há uma carência de mais de mil funcionários, o que faz com que a categoria peça novo concurso público urgentemente. Diz também que, devido à falta de trabalhadores, os serviços do Dmae hoje demoram dois dias e que as horas extras têm sido padrão. Ainda de acordo com Reis, os atuais servidores sofrem com um salário defasado em mais de 7%.

“Somos totalmente contra a precarização desse departamento. Ele tem história. A água pública de Porto Alegre chega 100% das torneiras e é uma água que foi premiada internacionalmente pelo seu custo social. Ou seja, é barata e de qualidade”, comentou. Logo após o ato junto ao Departamento, os servidores saíram em caminhada em direção ao Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, que fica na avenida Indenpendência. 

Procurado pela reportagem, o Dmae informou que não vai se manifestar sobre as afirmações do Simpa enquanto a categoria se mantiver em greve.

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