Empresário calcula prejuízo em R$ 200 mil

Empresário calcula prejuízo em R$ 200 mil

Casa Doces de Pelotas fica no segundo andar do Mercado Público

Danton Júnior / Correio do Povo

Empresário calcula prejuízo em R$ 200 mil

publicidade

Há cerca de um ano, a casa Doces de Pelotas tornou-se o primeiro estabelecimento do segundo andar do Mercado Público a contar com ar condicionado. O investimento foi de R$ 22 mil. Segundo o proprietário, Jaime Carvalho, 55 anos, somado ao dano nas máquinas de café e no mobiliário, o prejuízo causado pelo incêndio é de cerca de R$ 200 mil.

• Em imagens, a destruição do Mercado Público
• Michels garante que não faltou efetivo ao Corpo de Bombeiros

"De tudo que está lá dentro, devemos recuperar 20%", estimou o empresário antes de obter autorização para entrar no local. O seu estabelecimento estava situado próximo ao quadrante onde iniciou o incêndio.

Há cinco anos no local, Carvalho emprega sete funcionários. Na manhã de domingo, ele conversou com um deles, o gerente Richard Milán. Apesar do prejuízo, o proprietário demonstrou esperança. "Eu disse a ele que não vai ficar desempregado", afirmou. "Em vez de trabalhar vendendo doces, vamos continuar trabalhando na reconstrução", completou Carvalho, que espera voltar a receber clientes - no mesmo local - em cinco a seis meses. 

O Mercado Público

Inaugurado em outubro de 1869, o Mercado Público de Porto Alegre foi criado para abrigar o comércio de abastecimento da cidade. O local foi tombado como bem cultural em 1979 e passou por um processo de restauração entre os anos 1990 e 1997, o que garantiu ao lugar um espaço maior aos estabelecimentos comerciais, mas sempre manteve a concepção arquitetônica original.

O incêndio desse sábado não foi o primeiro enfrentado pelo Mercado Público. Em 1912, um sinistro destruiu os chalés internos. Em 1941, uma enchente atingiu o Mercado e, 38 anos mais tarde, mais dois sinistros destruíram as dependências do estabelecimento que serve como cartão postal de Porto Alegre. O local chegou a ser ameaçado de demolição durante a administração de Telmo Thompson Flores. Na época, era cogitada a construção de uma avenida.

Na década de 90, quando passou por reforma, o Mercado Público recuperou a percepção visual das arcadas. O trabalho resgatou as circulações internas, criou novos espaços de convivência e implantou redes de infraestrutura compatíveis com o funcionamento do Mercado. A nova cobertura que possibilitou a integração entre o térreo e o 2º Pavimento.

No 2º pavimento, onde antes existiam escritórios e repartições públicas, diversos estabelecimentos como restaurantes e lancherias passaram ocupar o espaço e ganharam um lugar no Mercado Público. Com nova infraestrutura, o cartão postal de Porto Alegre ganhou também um Memorial, além de duas escadas rolantes e dois elevadores. O custo da reforma ficou, na época, em R$ 9 milhões, sendo, 88% do orçamento da Prefeitura, e os demais 12% pelo Fundo Municipal do Mercado Público e doações diversas.

Vídeos do incêndio:











Bookmark and Share 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895