Empresários exigem inclusão do carvão em leilão de energia

Empresários exigem inclusão do carvão em leilão de energia

Políticos e comerciantes da Região Carbonífera vão a Brasília entre os dias 13 e 15 de setembro

Marcos Koboldt / Correio do Povo

Protesto feito em Minas do Leão destaca a importância do carvão para a economia da região

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Prefeitos, vereadores e empresários da Região Carbonífera e de municípios de Santa Catarina e do Paraná produtores de carvão anunciaram, nesta sexta-feira, que reivindicarão a inclusão do carvão no Leilão A-5, para compra de energia elétrica de Novos Empreendimentos de Geração. O apelo será feito em Brasília, entre os dias 13 e 15 de setembro. A venda acontece em 20 de dezembro, mas o prazo para incluir o carvão no certame se encerra no próximo dia 20. O suprimento começa a valer a partir de 2016.

Desde as primeiras horas da manhã, eles distribuíram informativos aos motoristas na BR 290, em Minas do Leão, sobre a importância do carvão para a região. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) monitorou a mobilização.

Entre os representantes dos municípios, o clima é de grande preocupação. “Ainda não entendemos esta decisão de excluir o carvão do leilão”, reclamou o vereador José Vitor, da Câmara Municipal de Candiota, que concentra aproximadamente 90% das jazidas do mineral no Rio Grande do Sul.

Ele lembrou que, recentemente, foram inauguradas três termoelétricas no Nordeste, sendo duas no Ceará e uma no Maranhão, que utilizarão carvão importado da Colômbia com preço mais elevado do que o produzido no Estado. “Caso a decisão não seja revertida, perderemos investimentos de R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos”, observou.

Há um temor quanto à possibilidade de extinção de 10 mil postos de trabalho. O vice-presidente do Sindicato dos Mineiros, Adão Flores da Cunha, acredita que 100 empregos diretos podem ser perdidos em Minas do Leão imediatamente se o carvão não entrar no leilão A-5. Somente a Usina de São Jerônimo recebe mensalmente 6,5 mil toneladas de carvão. “O mineral ainda possui uma imagem de vilão, mas hoje o carvão pode ser considerado uma fonte de energia limpa. Tanto que países como Alemanha e Estados Unidos estão investindo pesado no setor”, destacou.

A Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM) pretende pressionar o Ministério de Minas e Energia a rever os planos e readmitir o combustível fóssil nos próximos leilões de energia. De acordo com dados da ABCM, o Brasil possui reservas comprovadas de 31,7 bilhões de toneladas de carvão. A produção anual do setor chega a 11,5 milhões de toneladas. A Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, não quis se manifestar sobre o impasse envolvendo o carvão.

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