Empresas de ônibus anunciam possibilidade de atrasar salário dos rodoviários

Empresas de ônibus anunciam possibilidade de atrasar salário dos rodoviários

Sindicato da categoria disse que ainda não foi informado da decisão

Correio do Povo

Empresas privadas de ônibus podem atrasar salários dos servidores

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As empresas privadas de ônibus podem atrasar o pagamento dos salários dos rodoviários nos próximos meses, incluindo o 13º. O anuncio foi feito nesta terça-feira pela Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), alegando déficit de mais de R$ 124 milhões. 

"Houve um grande esforço para retardar a chegada deste momento, porém é fato que até o final do ano, compromissos que até então estavam sendo honrados, serão afetados, o que inclui o pagamento dos funcionários”, declarou o diretor executivo da ATP Gustavo Simionovschi.

Os funcionários ainda não foram informados sobre a possibilidade do parcelamento. O presidente do Sindicado dos Rodoviários de Porto Alegre, Adair da Silva, disse que a categoria ficou sabendo do anúncio através da imprensa, já que a ATP ainda não entrou em contato com os servidores. 

"O sindicato não vai concordar com essa atitude. Não se pode atrasar o salário. Ainda não nos chamaram para conversar, mas depois que nos informarem oficialmente da decisão, vamos ver o que juridicamente é cabível", ressaltou Silva.

A ATP justifica ainda o parcelamento com a compra dos 296 ônibus novos em fevereiro de 2016. A renovação da frota está prevista na licitação firmada entre as empresas e a Prefeitura de Porto Alegre. "Além de arcar com os custos desse investimento, as empresas precisam manter diariamente itens básicos para a operação como, por exemplo, o combustível.", destacou o presidente da ATP.

Número de passageiros cai 10,9%

As empresas privadas de ônibus falam ainda que o número de passageiros diminuiu 10,9% de janeiro a setembro de 2017, se comparado ao mesmo período do ano anterior. "A média histórica de defesagem é 3%, este ano chegamos a 10,9%, o que representa queda na receita", explica Simionovschi. A arrecadação das empresas é feita apenas pelo pagamento da tarifa.

A queda de mais de 7% do número de passageiros é devido, segundo o presidente da ATP, ao alto preço da tarifa associado à chegada  do transporte por aplicativo.  "É uma concorrência desleal, porque (os motoristas de aplicativo) estão livres, trabalham como querem, sem dar satisfação", alegou Simionovschi.

Hoje, a passagem de ônibus municipal custa R$ 4,05. Do total de passageiros, 36% são isentos.

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