Empresas de ônibus protocolam pedido de aumento da passagem em Porto Alegre

Empresas de ônibus protocolam pedido de aumento da passagem em Porto Alegre

Não foi indicado no pedido um percentual de reajuste devido negociação do dissídio dos rodoviários

Christian Bueller

Aumento do valor das passagens ocorre em fevereiro

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O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) protocolou o pedido de reajuste tarifário do serviço de transporte coletivo. A solicitação foi feita para que o reajuste da tarifa possa ocorrer no prazo previsto pela Lei Municipal n° 8.023/97, a qual o vincula à data base de atualização salarial dos rodoviários que ocorre em 1° de fevereiro.

Segundo o Seopa, o reajuste é fundamental para garantir o equilíbrio econômico e financeiro do contrato em relação aos custos como combustível, salário dos rodoviários, que ainda não definiram sua pauta para este ano, e benefícios. Segundo o sindicato patronal, a questão salarial dos rodoviários, que representa aproximadamente 50% do custo tarifário, ainda está em negociação. Além da instabilidade do preço do combustível, que depende do cenário global. Por esses motivos, não foi indicado no pedido um percentual de reajuste.

Queda no número de passageiros

De acordo com os dados referentes a 2019, os coletivos da capital transportaram 13,6 milhões de passageiros por mês, valor muito inferior aos 17,8 milhões previstos no último edital, ou seja, uma queda de receita de 23,67%. Outro dado apontado pelo Seopa é o número de usuários isentos da tarifa, que alcança os 30,12%, ou seja, cerca de dois terços dos passageiros arcam com todo o custo do sistema.

Segundo o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, o alto número de passageiros isentos é um dos principais fatores que tornam a tarifa mais alta. “Todo o custo do serviço é dividido entre quem paga passagem. Com um número menor de pessoas para dividir essa conta, ela fica maior. Para não onerar os usuários, uma alternativa seria a busca de outras fontes de receita que subsidiassem essas gratuidades”, ressalta.  

O gestor ressalta ainda que, embora haja dificuldade financeira, as empresas de ônibus estão se empenhando para acrescentar inovação e qualificação ao sistema. No ano de 2019 foi implantado pelos operadores em toda a frota dos ônibus de Porto Alegre o reconhecimento facial, câmeras de monitoramento e o sistema de rastreamento dos ônibus por meio de GPS.

A partir do pedido já protocolado, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), por intermédio de sua equipe técnica da Coordenação de Regulação de Transportes (CRT), irá desenvolver o cálculo do novo valor da tarifa do transporte coletivo, de acordo com a legislação vigente. O estudo será levado para apreciação do Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu), com posterior encaminhamento do resultado da análise ao prefeito Nelson Marchezan Júnior.


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