Empresas dizem que em 15 dias podem não ter nem dinheiro para abastecerem ônibus

Empresas dizem que em 15 dias podem não ter nem dinheiro para abastecerem ônibus

Contas não fecham na operação do transporte coletivo de Porto Alegre, conforme a ATP

Gabriel Guedes

Serviço de ônibus de Porto Alegre pode colapsar em breve, mas problema não é exclusivo da Capital e outras cidades do país correm o mesmo risco, segundo engenheiro da ATP

publicidade

A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) estima que em aproximadamente 15 dias, as empresas não tenham dinheiro para abastecer os ônibus da Capital com diesel. O alerta é do engenheiro de transporte da entidade, Antônio Augusto Lovatto. “A situação é muito dramática. Tem todo um número enorme de motoristas e cobradores que estão parados, onde antes transportávamos 800 mil passageiros, agora são 200 mil passageiros por mês”, relata. A solução não passa por reduzir ainda mais a quantidade de veículos circulando, segundo o representante da ATP.

“A prefeitura determinou uma ordem de serviço para o sistema, como um todo, de execução de um número de horários X, que abrange todos os bairros de Porto Alegre, que tem um custo de R$ 42 milhões e receita de R$ 16 de milhões”, aponta. O engenheiro se refere à redução na oferta de horários em 25%, iniciada no dia 24 de março. Naquela ocasião, a queda na demanda chegou a 70% no dia 20 do mês passado. Neste final de semana, a oferta do número de viagens teve redução de 33% em relação a um sábado habitual, enquanto no domingo, 5, a diminuição será de 40%. No fim de semana retrasado, a redução na tabela horária já tinha sido de 26% no sábado e 39% no domingo. “Foi uma medida que veio cheio de restrições, como evitar que passageiros fiquem em pé. Em razão disso, a receita não cobre os serviços também”, frisa.

Conforme Lovatto, são necessários R$ 26 milhões para manter o serviço operacional. “A diferença é um absurdo. Não existe isenção de imposto que cobriria isso. Então pedimos um aporte da Prefeitura, para cobrir a folha de pagamento e também que sejamos remunerados por quilômetro e não por passageiro”, solicitam. A Prefeitura de Porto Alegre, por meio da EPTC, foi procurada pela reportagem e até o fechamento não havia se manifestado sobre o assunto.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895